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Piazzolla Coreografado - Foto Jornal VS
(Não era permitido fotografar, portanto
tive de pegar uma foto do jornal) |
Neste último sábado, dia 27/08/2011, pudemos apreciar o espetáculo "Piazzolla Coreografado", no teatro municipal de São Leopoldo.
Infelizmente não pude efetuar nenhuma gravação, ou mesmo tirar fotos do espetáculo, não era permitido. Quando vi o anuncio do espetáculo no jornal, logo peguei a Lumix FZ40 do meu sogro (lentes Leica com Zoom Optico de 24x e filma em HD), e um tripé emprestado para gravar o espetáculo, mas infelizmente fui barrado pelos direitos autorais (considerações ao final). No verso do ingresso estava à informação: "Não são permitidas gravações ou fotos", portanto, nem fiz questão de tentar gravar algo, apesar de não concordar com isto, não é desrespeitando que algo será mudado.
Regência
Mais uma vez, gostei muito da regência do Borges-Cunha. Ele está entrando para minha lista dos maestros "preferidos". Gosto muito de seu estilo, e as obras tem um acabamento peculiar. No final do ano passado pudemos apreciar a FUNDARTE sob sua regência durante as festividades de natal. Possivelmente este ano eles devem voltar a Novo Hamburgo neste mesmo período, vejamos se consigo a câmera emprestada para fazer uma gravação, pois nestes concertos abertos normalmente não existem impedimentos para isto.
Olinda Alessandrini
Fazia muito tempo que não assistia a algum concerto dela, ou mesmo com ela. É notável a qualidade de um pianista profissional em plena atividade. A Olinda possui um toque suave e delicado, vai de um pianíssimo a um fortíssimo com um contraste indescritível.
Assistir a um concerto, com um pianista deste nível só me faz perceber o quanto ainda sou medíocre nesta arte, e quanto preciso evoluir. Pois como falei antes, é notável a diferença entre um pianista profissional e um amador, de "final de semana".
Espero mais para frente poder assistir a algum concerto solo da Olinda, pois apenas escutando e observando, pode-se aprender muita coisa.
Tango
O Tango é uma dança/estilo que sempre me fascinou. Seja pelo por ser uma dança mais "alegórica", de porte, ou mesmo por ser uma dança que simboliza a conquista, paixão e sensualidade. Não é para qualquer um dançar, é claro.
A coreografia ficou excelente, seguindo perfeitamente o andamento das músicas e criando um sentido cênico, junto ao sentido melódico das obras executadas. Infelizmente a população ainda não sabe portar-se dentro de um teatro, e teimava em aplaudir entre uma música e outra, atrapalhando as intercessões. Como o espetáculo era "Piazzola encenado", é meio obvio que as obras serão tocadas em sequencia, criando um sentido cênico. Desta forma, ao termino de cada obra (na realidade, nesta noite estavam mais para "área"), o público erroneamente aplaudia, fazendo com que perdesse a introdução da próxima. Mas, paciência, quem sabe num futuro não tão distante as pessoas aprendem.
Direitos autorais
Astor Piazzolla faleceu em 1992. Ou seja, a aproximadamente 19 anos. Sendo assim, toda sua obra continua sob a proteção dos direitos autorais, que no Brasil (acredito que na Argentina deve ser assim também), são garantidos a família e as gravadoras por 80 anos após a morte do compositor.
Tenho minhas dúvidas quanto a este sistema. Nada me tira da cabeça que este sistema de direitos autorais beneficia apenas as gravadoras, e posteriormente as famílias, que continuam ganhando dinheiro com o trabalho do compositor (além de sua aposentadoria/pensão, se o mesmo pagava de forma autônoma).
Acredito sim, que as obras devem ser registradas e que deve existir proteção ao com positor, para que não ocorram cópias descaradas e o fruto do estudo e trabalho do compositor seja destruído por aí. Porém, acredito que a cultura deve ser distribuída igualmente, e não elitizada.
Estamos em pleno século 21. A internet está virtualmente em todos os cantos do planeta, todos estão conectados. Forçar uma pessoa a não gravar um evento, numa cultura digital é andar para trás e beira a loucura. Cada vez mais teremos pessoas conectadas, e será cada vez mais difícil ir contra isto. Alguns estão percebendo e estão mudando, outros preferem continuar no sistema antigo (mais confortável).
O fato é que hoje, um CD ruim não vende, simplesmente devido a facilidade de download das músicas. As pessoas baixam da internet, escutam a obra e se vale a pena adquirem, caso contrario não. Antigamente você precisava comprar o disco para conferir o trabalho, o que fazia com que você levasse um disco/CD com apenas 2 ou 3 músicas decentes e um monte de obras ruins.
No atual sistema, sobreviverá aquele que tiver qualidade, e for mais esperto. As gravadoras inevitavelmente irão perder força, talvez não definhem, mas não serão tão ricas quanto outrora. Um bom exemplo é o grupo Teatro Mágico,
que trabalha com licenciamento Creative Commons/Open Source, lançando suas músicas diretamente na internet e vivendo de seus Shows. Passam por cima das gravadoras que deixam de "mamar" no compositor e divulgam seu trabalho a um custo "quase zero", e criam uma legião de fãs que vão seus shows simplesmente porque escutaram suas músicas na internet e gostaram.
Convenhamos, a internet é a melhor forma de divulgar um bom trabalho. E se o trabalho for realmente bom, você pode ganhar muito dinheiro com os frutos dele através de shows, entrevistas e mesmo Master Classess.
OBS: É claro que a "culpa" disto não é das Orquestras e mesmo dos grupos/interpretes, mas sim, em sua grande maioria, de gravadoras e seus advogados inescrupulosos que viram nisto, uma forma de ganhar MUITO dinheiro às custas dos artistas.
