Entendendo o fundo da discussão
O cerne desta discussão nos tempos modernos está ligada a eterna "briga" entre as ciências exatas e humanas. Não é de hoje que as universidades se separam em quatro grandes blocos: Ciências Exatas, Judiciário, Saúde e Humanas (sim, sei que judiciário está em humanas). Vemos esta polarização quase que diariamente na universidade, com pequenas rixas entre os futuros engenheiros, sociologos, psicologos, administradores, advogados, médicos e etc... O ponto focal aqui é sempre o ego dos envolvidos. Cada um acredita que seu curso é o mais difícil, como se isto fosse indicar a capacidade do profissional ou mesmo a qualidade do conhecimento envolvido. Como se conhecimento e erudição, pudessem ser mensurados qualitativamente entre as amplas áreas de conhecimento. Mas digo uma coisa, todo o tipo de conhecimento, toda a área do conhecimento humano, é importante. Cada pecinha faz com que a humanidade avance. Desde o engenheiro que desenvolve um chip até o sociólogo que analisa o comportamento humano e propõe melhorias a sociedade.
Mas e a música?
Entendendo isto, que na realidade o problema está nas pessoas, que querem se auto-afirmar através da área de conhecimento humano que mais se identificou, nós temos a música. A música que acompanha a sociedade desde seus primórdios, e que permeia a natureza, vem sendo jogada de um lado ao outro do conhecimento humano a séculos. O fato é que a música não pode ser definida como "puramente de humanas" e nem "puramente exata", pois existem traços de ambas as grandes áreas do conhecimento.
Música, permeia a natureza, vemos animais de diversos tipos fazendo música, e estes em sua maioria não possuem um cérebro com um córtex pré-frontal desenvolvido, dotado de capacidade para realizar analises e pensamento lógico complexo. Sabemos que a música (humana) foi desenvolvida ao longo dos séculos e milênios, adquirindo forma e escrita (leia o artigo "A importância da escrita musical") recebendo um aspecto lógico e exato.
São diversas regras matemáticas incutidas na música, que vão desde a simples separação dos tempos nos compassos até a organização harmônica que da sentido a música. Em um nível mais alto e mais complexo de abstração, unimos todas estas informações e conseguimos interpretar a obra (leia o artigo sobre interpretação musical). Ou seja, a interpretação da obra que despertará sentimentos na plateia pode ser completamente sistematizada e lógica, fazendo com que a plateia aplauda o interprete e entenda-o como alguém de estrema sensibilidade.
Uma comprovação deste fato é a de que computadores com algoritmos específicos ou redes neurais conseguem compor músicas, ou executar obras da mesma forma que um humano consegue, simplesmente devido a possibilidade de analise puramente lógica da música.
Mas e todos os pianistas que executam obras sem realizar analise?
fMRI do cerebro ao executar música Fonte: Wikipedia |
Sendo assim é seguro afirmar que fazer e executar música é uma união de tudo. Música é onde exatas e humanas se encontram, convivem muito bem, e precisam trabalhar juntas. Por isso temos sociólogos, médicos e engenheiros músicos. Por isso temos até mesmo pugilistas músicos.
Conteúdo interessante sobre o assunto:
Música e a Matemática
http://ambiente.educacao.ba.gov.br/conteudos-digitais/conteudo/exibir/id/285
Música ajuda a moldar pessoas?
http://josiasdiegomartins.blogspot.com.br/2012/10/a-musica-ajuda-moldar-pessoas-parte-1.html
Quando iniciar o ensino de música?
http://josiasdiegomartins.blogspot.com.br/2013/01/quando-iniciar-o-ensino-de-musica-parte.html
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