Sempre tive grandes problemas com o metrônomo. No fim das contas, nunca fomos bons amigos. Ele sempre teima em correr na minha frente, ou ficar para trás.
Agora estou na batalha para tentar corrigir isto, e fui atrás de algumas dicas com o Pastor Mateus Lang, que também é professor de música. Mas primeiramente, vou relatar aqui como iniciei este processo, antes das dicas, e onde "esbarrei".
O solfejo resado
No tópico anterior (link), comentei que tenho por habito, ler e solfejar as músicas antes de toca-las, como forma de facilitar a leitura ao piano e a memorização das obras. Como forma de melhorar a noção de tempo, tenho feito isto junto com um metrônomo, e não tenho tido dificuldade neste ponto, porém, ao ir ao piano a coisa fica mais complicada.
Ao tentar tocar com a mão direita, consigo seguir o tempo que o metrônomo marca, tocando apenas a mão esquerda, o mesmo caso ocorre (com um pouco mais de dificuldade, devo dizer). Porem, ao juntar as duas mãos...... Não preciso nem dizer que músicas contraponteadas tornam-se um "Deus nos acuda".
Dicas
Converçando com o Pastor Mateus, ele passou-me algumas dicas básicas para tentar resolver estes problemas.
Todas elas sem excessão requerem muita força de vontade, paciência e perceverança, pois chega um momento que você quer jogar o metronômo pela janela.
- Solfeje a música, cuidando o tempo. Com metrônomo ligado, bata a mão ou o pé junto com ele, isto vai ajudar na percepção de tempo, principalmente em contraponto.
- Se tive dificuldade com um andamento, diminua a velocidade, até que consiga seguir o tempo certinho
- Passe para o piano, faça o mesmo processo tocando com a mão direita, e depois repita com a esquerda. Se quiser, pode-se tocar o mesmo que toca na mão direita com a esquerda
- Comece a juntar a música, (as duas mãos) com o metrônomo bem lento. Esta para mim tem sido a pior parte. Lembro-me de fazer um exercício nos tempos do Instituto de Música que talvez ajude neste caso, que vou relatar mais adiante.
- Aumente a velocidade do metronômo conforme for avançando.
Seguindo estas dicas, com o tempo a coisa torna-se mais fácil. Mas, enquanto isto, é um martírio.
Meu maior problema é já estar tocando músicas complexas, e ter esta dificuldade. Logo, beira ao "impossível" resolver problemas de tempo em obras como a Sonata n10 de Beethoven, por exemplo, juntamente por ela ser uma obra mais complexa.
Duas vozes/Duas mãos e o solfejo rezado
- Treinando fora do piano
Neste caso, sugiro a compra de um livro de ensino musical e solfejo rezado. Existem alguns, agora não me lembro o nome, eu tenho fotocópia de um deles em casa, da época do Instituto.
Basicamente, nestes livros, você avança aos poucos, começando do mais fácil (apenas uma "voz"), e posteriormente "duas vozes". O livro de solfejo rezado não possui clave, apenas uma linha, as notas subdivididas em seus devidos compassos sobre esta linha, ou seja, não existe "tonalidade", apenas ritmo.
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Exercício de solfejo rezado |
O exercício nº 12 acima, pode ser feito "cantando" o ritmo, o "batendo-o" em uma mesa, sempre seguindo um metrônomo, o exercício nº 13, já é para duas vozes, onde você marca a primeira linha com a mão direita, e a segunda com a esquerda, seguindo o metrônomo.
Neste caso, indica-se que você marque o tempo em um metrônomo, uma mão faz uma das "vozes", e a outra mão, a outra "voz" (batendo numa mesa, por exemplo), criando assim a independência necessária para o estudo ao piano. Os exercícios vão ficando mais difíceis gradativamente, e você vai progredindo, fazendo com que torne-se mais natural com o tempo.
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