Pois bem,
neste post falei sobre meu primeiro piano, agora dando continuidade a este Post, irei falar sobre os próximos pianos que vim a ter.
Na realidade eu sempre quis ter um piano acústico de melhor qualidade, até mesmo um Fritz Dobbert já estava de bom tamanho, mesmo sendo um piano Brasileiro, ele é bem acabado e tem uma boa mecânica. Apenas não gosto muito da sua sonoridade, que muitas vezes é aberta e brilhante demais, com um destaque muito grande nos "médios e agudos", deixando um som estridente demais em gravações (mesmo ocasionais).
Bom, um piano acústico novo estava simplesmente fora de cogitação, pelos motivos listados abaixo:
- 1 - Necessita de afinação e manutenção constante
- 2 - Pesado demais pra transporte
- 3 - Cupins (peguei trauma)
- 4 - Não pode utilizar em determinados horários
Devido a estes fatores, resolvi correr atrás de um piano digital.
Roland A-90
Tive a experiência de tocar em um Roland A-90, instrumento este, que não podemos chamar diretamente de "piano digital", pois ele não foi consebido para ser apenas um piano, mas sim um teclado com algumas funções de sintetizador. Basicamente ele era um instrumento com 4 canais MIDI que possibilitava a edição do som e criação/mistura de som, podendo gerar timbres muito realistas, tendo um teclado sólido, com 88 teclas pesadas de piano.
O timbre de piano que tive a oportunidade de testar era magnífico, o que me fez pensar que talvez seria uma boa idéia a compra de um piano digital.
Fui atrás de um Roland A-90 para aquisição, mas estava difícil encontra-lo, sem falar que, quando achava custava na faixa dos 6000 reais, sendo que ainda haveria a necessidade de comprar amplificador e caixas de som de qualidade e um cavalete para apoia-lo por tratar-se de um piano sintetizador, voltado para uso em estúdios, bandas e etc.
As
especificações dele eram muito boas, na realidade ainda são ótimas, mesmo para os padrões atuais, com um piano destes você está bem servido, principalmente pela capacidade que ele possui de modificar sons e poder carregar amostras novas.
Fênix PDP-200
Após desistir da compra de um A-90 vi em uma loja aqui da cidade um Fênix PDP-200, parecido (apenas esteticamente) a alguns modelos de pianos digitais portáteis da Yamaha, bem como lembrava um Prívia da Cassio.
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Fênix PDP-200 |
Fui a loja e experimentei-o por alguns minutos. Tocando músicas mais simples ele me agradou, e acabei comprando-o, por 1300 reais.
Seguem as especificações (aproximadas)
- Teclado Grand Hammer
- Três níveis de sensibilidade
- Saída e entrada MIDI, Line Out e saída para Phone
- 64 vozes de polifonia
Não acompanhava banco e nem pedal, acabei comprando um pedal comum para ele, já que ele não possui suporte a ajustes de pedal e DDE (como por exemplo, utilizar a região "entre pedal" que te da um som "não tão suspenso" como com o pedal totalmente pressionado, em algumas obras de Beethoven isso pode ser muito interessante).
Com o tempo me decepcionei com o piano. Na realidade eu posso contar nos dedos as vezes que utilizei ele para estudo (talvez umas 4 ou 5 vezes, a noite, com fones), pois a sensibilidade dele não era la estas coisas (falhava bastante), e o timbre não era muito convincente.
Outro problema que encontrei com ele foi a mecânica interna. O sistema Grand Hammer, para quem não sabe, tenta imitar o efeito dos martelos em um piano de cordas. Quando você aperta uma tecla em um piano, consegue sentir a ação do martelo (êmbolo subindo e empurrando o martelo, que posteriormente retorna), o Grand Hammer do PDP-200 fazia perfeitamente isto, porém, era frágil demais. Todo construído em plástico bem vagabundo, com pequenas chapas de metal para fazer a "vez" de martelo, ele era frágil demais, e com o tempo dava defeito.
Mandei consertar este piano duas vezes, sendo que utilizava ele, em média, 1 vez por semana apenas.
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Fênix TG8880, imitação dos Clavinova |
Porém, o piano era razoável para seu preço. Creio que ele foi muito bom para mercado, na epoca que o comprei (por volta de 2005) os pianos digitais mais baratos (da Cassio) custavam na faixa dos 3000 reais. Talvez a entrada da Fênix neste mercado tenha sido boa, pois eles comercializaram pianos concorrentes das linhas Clavinova da Yamaha (com o mesmo formato e apresentação) por preços ligeiramente mais baixos. É claro que a qualidade também era ligeiramente inferior, mas desde quando chegam produtos chineses de qualidade ao mercado Brasileiro?
Logo, as concorrentes precisaram dar uma resposta a altura, nisto presenciamos uma queda vertiginosa nos preços de pianos da Yamaha e Cassio. Hoje, você compra um Cassio Privia PX-130 por menos de 2000 reais, sendo que um Fênix PDP-300, custa em média 1800 reais (concorrente "direto"). Não preciso nem comentar que o Cássio simplesmente esmaga, em qualidade, o Fênix, devido aos sons sampleados e demais características, principalmente no que se refere a acabamento e qualidade de materiais.
Yamaha Clavinova CLP-230
Assim, com um piano cheio de cupins, precisando de reforma, e um piano digital meia boca, resolvi novamente ir em busca de um piano para substituir o acústico, mas desta vez pegaria algo que seria minimamente decente.
Fui em busca do clássico Yamaha Clavinova.
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Clavinova CLP-230 |
Em Porto Alegre, fui a uma loja onde possuíam no mostruário vários pianos digitais da Yamaha e da Roland.
Testei cada um deles, fiquei mais de 1 hora por la.
É claro que me apaixonei pelo modelo topo de linha da Yamaha, e um Roland (o qual não faço idéia do modelo), mas meu dinheiro não alcançaria tal compra.
Acabei optando pelo CLP-230, mas efetuei a compra em uma loja aqui da minha cidade, sob encomenda.
Na época, ele me custou 3800 reais, e foram muito bem pagos (na realidade, investidos).
Algumas características:
- Teclado Grand Hammer 3
- Sintetizador AWM Sampling da Yamaha
- Saída e entrada MIDI, interface USB com PC, entrada AUX, Saída AUX/Line, duas saídas para Phone
- 64 vozes de polifonia
- Configurais pré-programadas de afinação e timbres
- Suporte a ajustes de pedal
Lembro-me de ter visto meses antes um Prívia da Casio numa Multisom, em Novo Hamburgo. Testei ele um pouco e gostei, mas quando fui realmente atrás de um piano, procurei por tudo quanto é lugar e não encontrei estes pianos para testar e comparar com os Clavinova.
Não tive nenhum arrependimento (ainda) com este piano, tenho ele a aproximadamente 3 anos, e por enquanto não me deu nenhum problema.
Algumas ressalvas:
Não ache que um piano digital terá a mesma resposta que um acústico. Mesmo um modelo topo de linha tem seus limites, principalmente no quesito mecânico/expressividade. Num piano acústico, quanto mais forte você pressionar uma tecla, mais forte será o som resultante. O som somente vai parar de crescer no momento que você arrebentar uma das três coisas a seguir: A corda, o martelo ou seu dedo/mão.
Como o piano digital é criado com recursos "sintetizados"/sampleados, ele é concebido para atender algumas exigências e características, logo, ele tem seus limites, mas, novamente faço a ressalva de que muitas vezes é melhor ter um bom piano digital do que um piano acústico meia boca.
Afinação:
Piano digital não desafina. Isto é fato. Mas, preciso destacar isto, pois já levei um banho do meu piano neste quesito.
O Clavinova possui configurações de 7 tipos de afinação.
SIM, existem mais formas de afinar seu piano, que não apenas, o formato "temperado" que estamos acostumados a utilizar.
Seguem abaixo, as configurações de afinação disponíveis:
1 - Equal Temperament
2 - Pure Major
3 - Pure Minor
4 - Pythagorean
5 - Mean Tone
6 - Werckmeister
7 - Kirnsberger
Portanto, cuidado ao fuçar pelas funções do piano, pois eu fiquei alguns dias achando que estava louco ao parecer que o piano estava desafinado, e na realidade, ele estava apenas no modo "Pure Minor", onde uma 5ª maior pode parecer "desafinada" ao ouvido de quem está acostumado com a afinação temperada.