O curador da capela é o Irmão Renato Koch, uma pessoa alegre e muito inteligente. Durante toda a visitação, sempre esteve pronto a responder a perguntas. Fiquei impressionado com a memória do Ir. Koch, além de um exímio organista, que executou diversas obras decoradas, brindou-nos com conhecimentos profundos em organería (construção de orgãos), arquitetura e história. A capela conta com dois órgãos de tubos (o principal e mais um pequeno, que fica junto ao altar), quatro pianos (dois de armário, e dois de cauda) e um cravo, além de outros instrumentos menores, como alaúde, harmônio e etc.
A capela
A capela da UniLasalle canoas é impressionante, foi restaurada recentemente, e está impecável, ela é cheia de detalhes e ornamentos litúrgicos/sacramentais.
Detalhes ao final de cada coluna. |
Ornamento litúrgico. Abaixo de cada coluna, existe um quadro retratando a paixão de Cristo. |
Foto mais próxima do quadro anterior |
Um dos altares da igreja |
Estes ornamentos estão por toda a capela. |
Quem entra na capela, fica deslumbrado com sua beleza, a primeira reação que você tem é de olhar para toda a volta, afim de apreciar o ambiente e nisto você é brindado pela faixada de principais do órgão da capela.
O Órgão
O órgão hoje possui mais de 1000 tubos, sendo um dos maiores órgãos de tubos em operação no estado. Ele foi recentemente ampliado e reformado, onde teve toda sua parte mecânica transformada em eletromecânica.
Como estudante de engenharia, achei estupendo ver isto funcionando. A adaptação deste orgão foi muito bem feita. Ao invés de substituir as válvulas antigas, eles preferiram utilizar eletroímãs, que puxam o êmbolo das válvulas que já existiam no órgão, mantendo assim sua característica de construção e reduzindo os custos desta transformação
Nesta foto, podemos ver os eletroímãs, que são conectados as válvulas
que liberam a passagem de ar para os tubos.
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De acordo com o Ir. Renato, os órgãos mecânicos normalmente possuem um teclado pesado, sendo que o peso das teclas pode variar conforme o número de registros que foram utilizados e combinados. Ele contou-nos que já tocou em órgãos com as teclas tão pesadas, devido ao número de registros e combinações, que chegou a desenvolver tendinite. Este tipo de problema, no passado, era reduzido adicionando-se um pequeno fole entre os êmbolos, desta forma ao pressionar uma tecla na console você aciona um pequeno fole que irá alavancar todas as válvulas selecionadas na registração, poupando força ao organista. Porém esta prática de construção não era comum, pois além de cara, sua manutenção era complicada.
Com a ascensão da eletrônica, tudo tornou-se mais fácil. Antigamente a console de comando precisava estar imediatamente ao lado, ou próxima aos tubos, para reduzir atrito e diminuir o comprimento dos cabos. Hoje, como tudo é eletrônico, já é possível colocar a console do outro lado das igrejas, sem problema algum.
No vídeo abaixo, podemos ver estes eletroímãs trabalhando:
No início do vídeo, podemos ver um conjunto de "placas", que movem-se horizontalmente. Estas placas são acionadas, pelo que entendi (corrijam-me se estiver errado), quando ocorre troca de registração, ativando um determinado conjunto de tubos. No mesmo vídeo, é possível ver os eletroímãs que atuam nas válvulas dos tubos trabalhando (brevemente, não consegui gravar bem esta parte).
Esta foto, mostra bem os eletroímãs que efetuam a troca de registração que aparecem trabalhando no vídeo anterior. |
Foto mais próxima, onde podemos ver os circuitos de controle. |
Conjunto de tubos situado a direita da sala onde foi gravado o vídeo. |
Conjunto de tubos que fica a esquerda da sala. |
Em breve, posto a continuação. Quebrei o artigo em várias partes para não ficar tão longo.
No próximo post, mais algumas curiosidades a respeito do órgão, e um vídeo da Jeanine executando o BWV 645!
Parabéns, Círio!
ResponderExcluirExcelente artigo cultural e musical.
Participamos juntos desta história da Capela e do órgão.
Abraço,
BH