Gravações - Repertório

As obras abaixo estão prontas e disponíveis para apresentações, concertos e recitais.


Nem todas as gravações foram atualizadas, portanto, algumas obras já possuem uma interpretação mais apurada.






Maiores informações, no Link Repertório e Downloads/Gravações

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Bach e o legado Luterano!

Hoje, dia 31 de Outubro, comemora-se a reforma protestante, considerada um marco na história ocidental, figurando entre um dos acontecimentos que dá fim a idade média, colocando-nos nos trilhos da modernidade.

A reforma protestante teve grande influência na sociedade moderna, uma vez que a sociedade era dominada pela Igreja Católica. Lutero, indignado com a cobrança de indulgências e com o monopólio das escrituras, fixa suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg. Este acontecimento resultou na sua excomunhão e no abrir de olhos de muitos outros mestres e da própria população.

A partir destes acontecimentos, a igreja passa a perder poder político, e o desenvolvimento volta ao seu rumo, culminando na primeira revolução industrial.



Bach e Lutero


Grande parte da obra de Bach é dedicada a igreja. Inclusive alguns o chamam de o "quinto evangelista", apesar de sabermos que evangelista verdadeiro é somente aquele que conviveu com Jesus, Bach leva este "título" por ter escrito obras para todo o ano da igreja.

Basicamente todo o novo testamento está escrito em forma de música sacra nas obras de Bach, transformado em notas, para atingir mentes e corações. Podemos também perceber em toda sua obra a forte influência doutrinária Luterana, onde trechos de suas obras são utilizados na igreja até os dias de hoje.



Abaixo, um ótimo documentário da BBC sobre Bach e sua forte ligação com a igreja Luterana. Convém assistir com tempo e confortavelmente, possui 1 hora de duração.


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A Música ajuda a "moldar" as pessoas? - Parte2

Dando continuidade ao "artigo" e as divagações referente ao estudo da música e  sua contribuição na formação do indivíduo, iremos falar um pouco sobre cada campo que a música acaba por desenvolver em um estudante sério.

Relembrando alguns pontos chave da primeira parte do artigo, podemos citar alguns trechos dos dois últimos parágrafos:

Nossas crianças e adolescentes não estão sendo acostumados a realizar tarefas necessárias, e que não gostam. Não estão sendo ensinados a ter disciplina para estas atividades...  

 ...podemos dizer que um estudante de música passa por diversas situações que exigem e forçam o desenvolvimento de algumas qualidades específicas...    ...não existe músico bem sucedido ou orquestra de renome sem estudo, comprometimento e muita força de vontade...

Portanto, o estudante de música precisará a cada dia se renovar, e será instigado a vencer e transpor seus próprios limites afim de continuar evoluindo. Isto tira o indivíduo da zona de conforto e o coloca em intensa atividade intelectual, fazendo-o aprender mais acerca de seu instrumento de estudo e dando-lhe parâmetros para autocrítica.

Assim, podemos dizer que o censo crítico, é o que impulsiona o estudante de música?

Autocrítica. Não adianta apenas
olhar-se ao espelho mas não
ter parâmetros para autoanalise
Talvez o censo crítico seja o começo da evolução de um estudante de música. Ele não diz respeito apenas a criticar o trabalho dos outros, mas principalmente a capacidade de autocritica, que faz com que o estudante analise o trabalho que vem desenvolvendo e consiga localizar erros, falhas e problemas que devem ser corrigidos. Isto somente é obtido com maturidade musical, e maturidade musical está diretamente ligada ao estudo do instrumento e da forma, ou seja, somente adquire-se autocritica mediante muito estudo e empenho, que transformar-se-a em maturidade musical.

Extrapolando isto para a vida e as atividades em geral, podemos perceber que estudantes de música acabam sendo mais centrados e possuem uma capacidade de autocrítica mais aguçada. São pessoas que normalmente empenham-se com maior afinco naquilo que estão fazendo e sempre tendem a querer melhorar mais e mais o seu trabalho, pois nunca é o suficiente. Este senso está incrustado em todos os grandes músicos, que a cada dia tentam se superar e vencer seus próprios limites, afim de melhorar o seu trabalho.


Força de vontade, o senso de dever e a paciência, estão intimamente ligados!

Ao estudar qualquer instrumento de forma séria o aluno aprende que deve ter força de vontade. No piano, o estudante acha que não existe coisa mais chata do que estudar escalas, até que lhe é apresentado o Hanon. Depois de passar isto, enfrenta Bach com suas invenções a duas vozes e sinfonias a três vozes. Um estudante de violino em alguns casos demora anos para conseguir extrair um som belo e controlado de seu instrumento, sem falar na dificuldade de se tocar "afinadamente" em um instrumento não temperado. O aluno de violão, que logo no começo de seus estudos defronta-se com as pestanas, e por aí vai. Cada instrumento tem suas dificuldades e seus momentos "chatos", assim como tudo na vida, e isto não está ligado apenas ao começo dos estudos. Todo instrumentista precisará se renovar e será desafiado com novas dificuldades, e para transpô-las, apenas com dedicação, paciência e muita força de vontade.


Muitos alunos desistem nestas etapas iniciais, a maioria não por falta de talento, mas sim por falta de força de vontade e paciência. Desta forma podemos chegar a uma conclusão simples: O estudo da música desenvolve o ser humano, e ensina-lhe disciplina, paciência, autocrítica e a ter força de vontade. Pois se um destes itens faltar ao estudante de música, este deixará de evoluir, ou simplesmente abandonará seu instrumento.


Einstein era músico em seu
tempo vago, assim como
muitos outros grandes
personagens históricos
Em um mundo onde tudo é transitório, e as pessoas preocupam-se apenas com o agora e com sua diversão, o estudante de música tem algo a mais para oferecer. No mercado de trabalho já existem empresas que priorizam candidatos que possuem algum instrumento musical em seu currículo pois é um indicador de persistência, organização, e paciência.

A música ajuda a desenvolver indivíduos que não desistem frente as dificuldades. Uma música complexa nova sendo inserida no repertório, é apenas mais uma oportunidade para aprender e desenvolver suas habilidades. O objetivo final é executar a obra, para isto, deve-se passar pelas etapas mais chatas, desde a leitura da obra até o desenvolvimento técnico necessário para sua correta execução, e posterior análise para desenvolvimento de uma interpretação condizente. Não obstante a isto, vemos muitas pessoas que desistem de seus instrumentos, assim como muitas pessoas desistem de cursos complexos como medicina e engenharia, que necessitam de um empenho extra para o domínio de matérias mais complexas, muitas vezes não por falta de capacidade, mas sim por falta de força de vontade e empenho.

Portanto, se quiserem dar um presente aos seus filhos, os instiguem a estudar um instrumento, e estejam acompanhando a sua evolução para ajuda-los a ter força nos momentos mais chatos e a não desistir, pois os benefícios para a vida posterior, são maiores do que apenas aprender a tocar algumas notas.




A Música ajuda a "moldar" pessoas? - Parte 1

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Andamento dos estudos

Já fazem quase dois meses que foquei meus estudos na leitura de notas, utilizando para isto o livro de invenções a duas vozes e sinfonias a três vozes de Bach, fazendo leitura a primeira vista a cada dia da semana, de uma obra diferente. Infelizmente não consegui manter constância nos estudos, por duas semanas fiquei sem carro, precisando sair bem mais cedo de casa para ir ao trabalho, acabando com o horário que utilizava para este fim. Mas passado este problema retornei aos estudos.

Analisando o andamento

Foram 2 semanas de estudo, sem falhar um dia sequer. Após este período a leitura estava mais fácil e fluída. Ainda não era possível ler as obras em seu andamento, mas notei que o ato de ler e estudar novas obras tornou-se mais fácil e rápido.

Infelizmente, tive problemas com o motor do carro e o mesmo ficou indo e vindo da mecânica por quase duas semanas, o que acabou com meu tempo disponível. Também vieram as semanas de provas e trabalhos na faculdade, o que dificultou mais ainda as coisas. Porém, ao menos 3 vezes na semana algum exercício conseguia fazer.


Resultados

No dia 6 de outubro participei de um encontro de músicos promovido pelo seminário Concórdia de São Leopoldo. Neste encontro participei na oficina de órgão e tive a oportunidade de pegar alguns prelúdios de hinos tradicionais Luteranos para estudar. Nisto percebi que a leitura já estava melhor e um pouco mais fluída. Ainda não está nem perto do que deveria, mas pelo menos consegui concluir duas obras em menos de 1,5 horas, durante a tarde. Uma delas inclusive foi apresentada ao final do encontro, num momento onde os músicos poderiam apresentar o que desenvolveram nas oficinas.

Como falei, minha leitura ainda não é suficiente para pegar uma obra desconhecida e sair executando. Da forma como está, ainda não poderia atuar como correpetidor, uma vez que muitas vezes se faz necessária a execução de obras desconhecidas, a primeira vista.

Dilema - Leitura e técnica

Agora estou com um novo problema. Devido ao pouco tempo tenho perdido agilidade, e isto implica em redução de qualidade em obras mais complexas. Portanto, precisarei redefinir a linha de estudo, e talvez trabalhar obras mais complexas, focando a leitura e o estudo técnico ao mesmo tempo.

O grande problema é que não poderei me ater apenas a leitura a "primeira vista", uma vez que este tipo de treino gera vícios de execução nas obras estudadas. logo, precisarei me focar no estudo compasso a compasso, deixando a melhora da leitura a primeira vista em terceiro plano. Porém, no fim das contas a leitura deve melhorar gradualmente, conforme avanço nas peças.

Portanto, irei reestruturar a forma de estudo, afim de ir adiante no repertório e não perder agilidade. Já dei início neste novo método nesta semana, e vejamos se terá efeito. Aos finais de semana, pretendo pegar algumas variações de Mozart para leitura descompromissada, e assim treinar a leitura a primeira vista, pelo menos uma vez na semana.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Música ajuda a "moldar" pessoas? - Parte 1


                Sei que o título é estranho, e talvez a ideia seja justamente essa, um título estranho e talvez um pouco sem sentido (mas nem tanto), uma vez que pretendo discutir aqui uma questão um tanto complexa e que já foi abordada em diversos artigos mundo a fora. Será que o estudo continuado da música forma pessoas melhores? Até que ponto o simples fato de propiciar o ensino da música, principalmente a erudita, ajuda no desenvolvimento de crianças e jovens? Será que podemos afirmar que o estudo contínuo de música auxilia a moldar o comportamento das pessoas e a formar indivíduos mais bem preparados para mundo e para as diversas atividades intelectuais? Neste artigo, separado em duas partes, irei abordar este assunto e trazer alguns pensamento que me ocorrem. Todas as ideias expressas no texto estão relacionadas com a minha vivência pessoal e as observações que tenho feito ao longo dos anos, desde o tempo em que fui estudante de música, posteriormente professor de ensino técnico trabalhando diretamente com adolescentes, e hoje como professor de teclado.

                Atualmente vivemos numa época complicada, onde referências deixam de existir e as crianças acabam por perder o foco em coisas importantes pelo simples fato de serem chatas. Não foram uma ou duas vezes que escutei crianças e adolescentes reclamando das aulas de matemática na escola e falando com a boca cheia que não estudam para provas  devido a não gostar da matéria e não irão utilizar isto para nada, dando a desculpa que, a recuperação existe e os professores sempre dão um jeitinho de passar o aluno, por mais que não tenha estudado. É claro que este é um problema social maior e mais complexo, que está ligado a desestruturação familiar e um modelo de ensino decadente, que não proporciona mais ferramentas eficientes de cobrança aos professores, e muito menos formas de avaliações mais condizentes com a realidade tecnológica que vivemos nos dias atuais.

Porém, existe um fator intrigante nisto tudo, que me deixa um pouco preocupado. Nossas crianças e adolescentes não estão sendo acostumados a realizar tarefas necessárias, e que não gostam. Não estão sendo ensinados a ter disciplina para estas atividades, e isto se reflete no mercado de trabalho e na grande rotatividade nos cursos de nível superior, no aumento de problemas psicológicos entre jovens e adolescentes, e na  dificuldade para tomar determinadas decisões, pois estas são basicamente movidas pelo imediatismo e pela sua torpe visão daquilo que é "divertido".

                Desta forma, podemos dizer que um estudante de música passa por diversas situações que exigem e forçam o desenvolvimento de algumas qualidades específicas, que hoje começam a se tornar escassas no meio acadêmico e profissional, como o comprometimento, censo crítico e principalmente a força de vontade. Não existe música bem sucedido ou orquestra de renome sem estudo, comprometimento e muita força de vontade. Não perca a continuação deste artigo, onde iremos abordar os referidos pontos e fazer uma ponte entre eles, o estudo continuado de um instrumento musical e o mundo real.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Poucos posts

Ultimamente as coisas andam bem corridas, realmente. Tem sido difícil achar tempo para as atualizações do Blog e até mesmo para estudar piano. Acredito que isto deva mudar nas próximas semanas, e talvez consiga voltar a movimentar um pouco o blog com novos artigos, dicas e postagens em geral.


Não percam o blog de vista, o natal já pode ser vislumbrado no horizonte, e isto dignifica que teremos algumas novidades (se conseguir me organizar hehehe)!