Gravações - Repertório

As obras abaixo estão prontas e disponíveis para apresentações, concertos e recitais.


Nem todas as gravações foram atualizadas, portanto, algumas obras já possuem uma interpretação mais apurada.






Maiores informações, no Link Repertório e Downloads/Gravações

domingo, 27 de novembro de 2011

Visitação a capela da UniLasalle Canoas - Parte 4

Finalmente, concluindo os posts sobre a visitação da Capela da UniLasalle, que foi à mais de um mês!

Minha idéia incial era fazer um post a cada dois ou três dias, porém a falta de tempo foi um problema. Mas aqui estou eu para concluir este ciclo de posts.



Mais instrumentos "escondidos"!


A capela ainda possui mais instrumentos "escondidos" em suas ante salas. Como se já não bastassem os dois órgãos de tubos e o piano de cauda, a capela ainda conta com mais dois pianos de armário magníficos. Infelizmente não tirei foto destes, minha câmera estava ficando sem bateria.

Ambos os pianos eram pretos, com dois candelabros fixados, pelo seu estilo de fabricação, deveriam ter algo em torno de 100 anos, e estavam impecavelmente regulados. Francamente achei mais confortável tocar neles do que no piano de cauda utilizado para consertos. Isso deve ao fato de minha musculatura não estar preparada para um teclado um pouco mais pesado, do contrário com certeza o piano de cauda seria mais atrativo por propiciar uma extensão dinâmica mais ampla.


Na sala superior, é que começam as surpresas.

A primeira coisa que nos deparamos é com mais um piano de cauda. Desta trata-se de uma relíquia, um piano Steinway & Sons, com mais de 100 anos de fabricação,restaurado e em perfeito estado. Ele era utilizado para concertos, antes de terem recebido o outro piano. Devido a sua idade (que faz com que seja mais frágil também e exija cuidado especial), ele foi retirado desta tarefa, e somente é utilizado para estudos.






O piano é magnífico, possui uma extensão dinâmica muito boa, um teclado leve, sensível e preciso.

Ir. Renato tocando no Steinway

Josias




Jeanine tocando no Steinway



Junto ao piano, uma surpresa. Vê-se, “abaixo dele”, um alaúde, instrumento tipicamente utilizado na idade média:



E para completar, um pequeno órgão de tubos de madeira, feito para ser carregado:




O acionamento dele é feito por um fole preso em suas “costas”, que deve ser pressionado para criar pressão e assim poder gerar o som.



Nesta mesma sala, além de muitos livros centenários, existe um cravo com dois manuais. Não me atrevi a tocar sequer uma invenção de Bach nele, pois é um instrumento muito frágil e eu tenho uma mão um pouco pesada.




Nesta foto, o Ir. Renato demonstra o êmbolo que “belisca” a corda do cravo, gerando seu som característico.




O mecanismo do cravo é diferente do piano. Enquanto o piano bate na corda com um martelo, o cravo “puxa” ou “belisca” a corda como se fosse um violão, gerando o seu som característico.  Cada manual, gera um som diferente, puxando cordas de uma arpa que está abaixo da outra.
A propósito, é muito interessante ver a construção desta arpa. Infelizmente minha câmera não tem um bom modo macro (ou eu não sei utilizá-lo), e não consegui fotografar a arpa dele. Ela é feita de pequenos filetes de madeira (uma madeira especial, muito macia). São filetes inteiros, que vão de ponta  ponta. Eles são colocados lado a lado e colados, formando a arpa do cravo.



Espero que tenham gostado dos posts, e que não tenha sido muito “maçante”!!!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Visitação a capela da UniLasalle Canoas - Parte 3


Continuando o relato da visitação a capela da UniLasalle, neste post irei colocar fotos comentadas sobre os demais instrumentos presentes na capela.

Abaixo, podemos ver um pequeno órgão de tubos, construído pelo organeiro Siegfried Schürle, um dos organieros mais respeitados de seu tempo. O pequeno órgão é uma joia, que o Ir. Renato Koch cuida com muito carinho. O mesmo também foi restaurado recentemente, e encontra-se perfeitamente funcional.


"Assinatura" do organeiro responsável pela fabricação do órgão



Abaixo, podemos ver uma foto interna do pequeno órgão. Antigamente este órgão era "impulsionado" por "força humana". Ele possui dois pedais, que o organista deve "pedalar" afim de encher os foles, muito semelhante a um harmônio. Era uma verdadeira ginástica tocar uma missa num órgão destes. O Ir. Renato, por sua vez, adaptou um pequeno compressor ao órgão, para dar uma folga ao organista, mas aqueles que ainda querem sentir como era a 100 anos atrás, podem pedir a Ir. Renato que basta ele mudar a posição de uma válvula que os pedais voltam a funcionar no lugar do compressor. Particularmente, eu não tenho curiosidade de experimentar hehehe (e viva a eletricidade)!


Na próxima foto, podemos ver o piano de cauda utilizado para concertos. Ele fica ao lado do altar e é movido para frente do mesmo quando ocorre algum concerto. O piano é fenomenal, tem um som muito belo e um toque preciso, apenas tive alguma dificuldade com ele devido ao peso de suas teclas, frente a muitos pianos de cauda, ele possui um peso incomum nas teclas, mas nada que possa prejudicar a performance de um bom pianista (o que não é bem o meu caso hehehe).

Foto do piano

Aqui podemos ver sua bela arpa. O piano foi todo restaurado
é possível ver que todos os feltros estão em perfeito estado.


Mais uma foto interna.

Aqui podemos ver algumas das cravelhas do piano.

Foto do "espelho", onde fica rubricada a marca do piano


Bom, não preciso dizer que não foi preciso falar duas vezes para mim sentar ao piano e experimenta-lo (risos). Se tem uma coisa que aprendi é, se não tomar a frente, vai ficar só olhando. E como eu não disponho de instrumentos como este todos os dias para estudo, rapidamente fui "brincar" nele.



Abaixo, um breve vídeo em que eu tento executar a Sonata Op 14 n2 de Beethoven (gravado apenas um pedacinho). Não reparem a quantidade de erros, não estou acostumado com teclados mais pesados como o deste piano, talvez com meia ou uma hora de estudo nele, conseguiria executar qualquer obra do meu repertório sem problemas, mas este não foi o caso, gravei este vídeo sem ter tido sequer um minuto para adaptação. Também ainda tenho que aprender a controlar um pouco mais os nervos quando tem mais pessoas em volta hehehe



Algo muito bom é que percebi as diferenças entre os instrumentos. No próximo post, vou colocar fotos de outros pianos que eles possuem no local. Cada um, com suas peculiaridades, uns mais "fáceis de adaptar-se" que outros. Ao todo, são  dois pianos de armário e dois pianos de cauda, sendo que o mais difícil de "adaptar-se" é justamente o piano utilizado para concertos.

Basicamente, para alguém que já estuda piano a um bom tempo, e possui um bom nível técnico, não é complicado adaptar-se a um piano mais pesado. Porém, como estive parado a um bom tempo minha musculatura perdeu grande parte de sua força, e um piano digital não ajuda muito a recupera-la, por ter um peso médio nas teclas abaixo do peso de muitos pianos por ai (e principalmente, não possibilita ajustes).

É claro que isto se resolve intensificando o estudo técnico. Mas falar para um estudante de Engenharia aumentar mais uma hora o tempo de estudo no piano, é pedir para ele se jogar pela janela. Realmente, após circuítos, física, eletrônica digital e etc, fica difícil encontrar tempo.

O que tenho feito é alguns exercícios no trabalho, com uma bolinha destas utilizadas em fisioterapia. Aperto a bolinha 10 vezes em cada mão, repetindo isso 3 vezes. Faço este exercícios 1 vez ao dia. Isto ajuda a fortalecer a musculatura. Este normalmente é um exercício passado para pessoas que estão recuperando-se de alguma lesão. Vejamos se isto vai ajudar alguma coisa!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Visitação a capela da UniLasalle Canoas - Parte 2

Continuando com as postagens referente a visitação à capela da UniLasale. Neste post você verá mais alguns detalhes internos e curiosidades do órgão de tubos, e dois vídeos da Jeanine Mundstock executando Bach.


Quem quiser ler o primeiro post, basta acessar: Visitação a capela da UniLasalle Canoas - Parte 1


Variação climática e afinação

A variação climática é um problema para o órgão de tubos. Seus tubos são feitos, (a maioria) de uma liga de estanho com chumbo, algo que fica na faixa dos 70% de estanho. Desta forma, eles tornam-se frágeis. Sabemos que o estanho é um metal mole, que entra em fusão com temperaturas relativamente baixas. Sendo assim, ele também dilata facilmente, e esta dilatação nos tubos do órgão, fazem com que ele desafine. Na foto abaixo, o Ir. Renato Koch retirou um tubo para mostrar como ele é confeccionado.


Após recolocar o tubo no local, foi possível perceber que o mesmo estava ligeiramente desafinado, justamente devido a variação de temperatura que ele sofreu ao ser segurado. O Ir. Renato demonstrou-nos como é feita a afinação do órgão, e contou-nos que nos tempos passados, antes das lâmpadas fluoerescentes (frias) existirem, era comum o uso de velas para iluminar o ambiente, pois elas aqueciam menos que uma lâmpada incadescente comum. No passado isto gerou acidentes, onde órgãos inteiros foram destruídos devido a queda de uma vela.


Mais algumas fotos

Abaixo, uma foto dos dois foles que alimentam o órgão. Eles são responsáveis por alimentar todo o órgão e garantir o seu funcionamento.


Estes foles, por sua vez, são alimentados por um compressor elétrico, que fica alguns andares abaixo.

Vista externa da câmara onde gravei o vídeo de demonstração
dos eletroímãs.
Foto interna da câmara onde ficam os principais.
Vista mais ao longe dos principais. Onde é possível contemplar a capela.


Console de controle

A foto a seguir, mostra o circuito principal do órgão. Nesta "placa", chegam os cabos da console de controle, ela é responsável por interpretar os dados enviados pela console e acionar os eletroímãs, fazendo todos os 1000 tubos funcionarem.
Sistema de controle digital do órgão.


Abaixo, seguem algumas fotos da console de controle, da marca Johannus, considerada uma das melhores existentes no mercado hoje. Esta console possui três manuais, sendo que o manual do topo, é um órgão sampleado, utilizado para completar o órgão de tubos, tendo em vista que ele não possui muitos registros que podem ser necessários para alguns tipos de concertos.



Um dos painéis de registros da console.

Atualmente, a capela da UniLasalle sedia o encontro de Organistas e Organeiros, devido a possuir um dos maiores órgãos de tubos da região em operação, e estar próxima a Porto Alegre. Anteriormente o evento ocorria na capela da Ulbra, onde existe (ou existia?) um órgão com mais de 3000 tubos. A última informação que tive é que o órgão foi desmontado para ampliação bem na época em que iniciou a crise da universidade, e isto acabou por atrasar o projeto, que até onde sei, não foi concluído.


Agora, para deleite dois vídeos de demonstração do órgão de tubos, em funcionamento.

Jeanine Mundstock - BWV 645






terça-feira, 1 de novembro de 2011

Visitação a capela da UniLasalle Canoas - Parte 1

Fui convidado pela Jeanine para uma visitação a capela da UniLasalle no dia 22 de outubro, e é claro que não recusaria ao convite. Desta vez levei apenas minha câmera Canon A510 para tirar umas fotos e fazer umas gravações básicas, já deu para o gasto, e seguem as fotos e vídeos abaixo, com comentários.

O curador da capela é o Irmão Renato Koch, uma pessoa alegre e muito inteligente. Durante toda a visitação, sempre esteve pronto a responder a perguntas. Fiquei impressionado com a memória do Ir. Koch, além de um exímio organista, que executou diversas obras decoradas, brindou-nos com conhecimentos profundos em organería (construção de orgãos), arquitetura e história. A capela conta com dois órgãos de tubos (o principal e mais um pequeno, que fica junto ao altar), quatro pianos (dois de armário, e dois de cauda) e um cravo, além de outros instrumentos menores, como alaúde, harmônio e etc.


A capela

A capela da UniLasalle canoas é impressionante, foi restaurada recentemente, e está impecável, ela é cheia de detalhes e ornamentos litúrgicos/sacramentais.

Detalhes ao final de cada coluna.

Ornamento litúrgico. Abaixo de cada coluna, existe um quadro retratando
a paixão de Cristo.

Foto mais próxima do quadro anterior

Um dos altares da igreja



Estes ornamentos estão por toda a capela.


Quem entra na capela, fica deslumbrado com sua beleza, a primeira reação que você tem é de olhar para toda a volta, afim de apreciar o ambiente e nisto você é brindado pela faixada de principais do órgão da capela.



O Órgão

O órgão hoje possui mais de 1000 tubos, sendo um dos maiores órgãos de tubos em operação no estado. Ele foi recentemente ampliado e reformado, onde teve toda sua parte mecânica transformada em eletromecânica.

Como estudante de engenharia, achei estupendo ver isto funcionando. A adaptação deste orgão foi muito bem feita. Ao invés de substituir as válvulas antigas, eles preferiram utilizar eletroímãs, que puxam o êmbolo das válvulas que já existiam no órgão, mantendo assim sua característica de construção e reduzindo os custos desta transformação
Nesta foto, podemos ver os eletroímãs, que são conectados as válvulas
que liberam a passagem de ar para os tubos.
Pelo que andei pesquisando,  em sistemas modernos já é utilizado um tipo de válvula eletromecânica, que torna a construção dos órgãos mais simples. Como este órgão já possuía toda a estrutura, o mais sábio é mantê-la e apenas atualiza-la, desta forma você mantém o instrumento o mais original possível, com suas  características internas, e ganha todas as praticidades e facilidades que um sistema eletrônico lhe proporciona.

De acordo com o Ir. Renato, os órgãos mecânicos normalmente possuem um teclado pesado, sendo que o peso das teclas pode variar conforme o número de registros que foram utilizados e combinados. Ele contou-nos que já tocou em órgãos com as teclas tão pesadas, devido ao número de registros e combinações, que chegou a desenvolver tendinite. Este tipo de problema, no passado, era reduzido adicionando-se um pequeno fole entre os êmbolos, desta forma ao pressionar uma tecla na console você aciona um pequeno fole que irá alavancar todas as válvulas selecionadas na registração, poupando força ao organista. Porém esta prática de construção não era comum, pois além de cara, sua manutenção era complicada.

Com a ascensão da eletrônica, tudo tornou-se mais fácil. Antigamente a console de comando precisava estar imediatamente ao lado, ou próxima aos tubos, para reduzir atrito e diminuir o comprimento dos cabos. Hoje, como tudo é eletrônico, já é possível colocar a console do outro lado das igrejas, sem problema algum.

No vídeo abaixo, podemos ver estes eletroímãs trabalhando:


No início do vídeo, podemos ver um conjunto de "placas", que movem-se horizontalmente. Estas placas são acionadas, pelo que entendi (corrijam-me se estiver errado), quando ocorre troca de registração, ativando um determinado conjunto de tubos. No mesmo vídeo, é possível ver os eletroímãs que atuam nas válvulas dos tubos trabalhando (brevemente, não consegui gravar bem esta parte).

Esta foto, mostra bem os eletroímãs que efetuam a troca de registração
que aparecem trabalhando no vídeo anterior.
Foto mais próxima, onde podemos ver os circuitos de controle.

Conjunto de tubos situado a direita da sala onde foi gravado o vídeo.


Conjunto de tubos que fica a esquerda da sala.


Em breve, posto a continuação. Quebrei o artigo em várias partes para não ficar tão longo.
No próximo post, mais algumas curiosidades a respeito do órgão, e um vídeo da Jeanine executando o BWV 645!