Gravações - Repertório

As obras abaixo estão prontas e disponíveis para apresentações, concertos e recitais.


Nem todas as gravações foram atualizadas, portanto, algumas obras já possuem uma interpretação mais apurada.






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terça-feira, 3 de maio de 2011

Analise das gravações - Sonata n20 (1º Mov)


Não sou pianista profissional, e nem almejo ser. Mas um mínimo de qualidade nas execuções é necessário, e é isto que pretendo buscar com empenho e força de vontade.

Então, venho fazer uma auto-crítica, neste post, apontando erros, problemas e coisas que precisam ser melhoradas.

No decorrer do mês, pretendo analisar, a cada semana, uma das gravações, e apontar algumas observações acerca da mesma.

Este post (e posteriores) não devem ser uma análise minuciosa das obras tratadas, mas sim, algumas observações em determinados trechos das obras, para melhoria da interpretação. As analises serão feitas sobre determinados pontos das primeiras gravações que efetuei das obras, que julgo interessantes, e que devem ser melhorados (em termos de interpretação).

Sonata nº 10


Gravação Inicial - "criticada" (sem correções, efetuada dia 10/04/2011)



Gravação corrigida (efetuada dia 09/05/2011)






Auto-Crítica
Realizada sobre a gravação do dia 10/04/2011

Resumo da crítica

Esta é, na minha opinião, uma das gravações que tenho mais coisas a corrigir.  A iniciar pelo andamento, que está mais para um allegro, do que para um allegro ma non troppo

Existem ainda alguns pequenos erros de fluência nesta gravação, que podem ser bem percebidos nos trinados e mordentes do inicio da exposição e re-exposição temática.

 Além disto, a interpretação pode ser melhorada, alguns trechos da música devem ser mais delicados (dolce), e também posso dar uma ênfase especial em alguns “crescendo” que existem sem a definição de “até quanto crescer”, que dão margem para uma interpretação mais pessoal da obra.

Andamento:

O autor (Beethoven) marca a música como Allegro ma non troppo, traduzindo para um bom português, “Alegre, mas nem tanto”. Não existe uma definição exata, o que seja allegro em termos de “BPM” em um metrônomo, alguns livros dizem que o alegro situa-se entre “120 e 140 BPM”, ficando desta forma a cargo do interprete decidir o que é melhor. Assim, um allegro ma non troppo pode ser definido como algo abaixo dos 120BPM, talvez algo entre 100 e 120 BPM.

Definitivamente, minha gravação está acima dos 120BPM, o que precisa ser corrigido.

Fluência:

Neste ponto, existem apenas três três coisas que observei na gravação, que precisaram ser corrigidas com urgência:
  1. Os trinados do 4º compasso e 8º compasso.
  2. O mordente do compasso nº 12.
  3. E a seqüência de cadências/escalas que existem ao final da exposição temática

Todos estes pontos já foram corrigidos e devem sair melhores na próxima gravação desta obra.


Interpretação:

Este ponto é muito pessoal. Cada um possui seu gosto musical, e tendem a seguir determinadas vertentes. 

Particularmente eu penso em Beethoven como um compositor mais enérgico. Visualizo sua personalidade na obra, e penso que isto deve transperecer. Os “staccatos” sempre presentes em algum trecho de suas obras demonstram isso. Eles vem para “cortar” o tema e as melodias, de forma rápida e rasteira. Então, para mim, a maior parte de sua obra deve ser interpretada com esta visão de força, devaneio e impetuosidade.

É claro, você não irá executar tudo “forte”, mas existem pontos chave na obra.


Pontos a melhorar na interpretação

Já, no início desta Sonata, temos um acorde de SOL Maior, que serve para expor e afirmar a tônica, seguido de uma quiáltera ascendente, novamente afirmando a tonalidade, e uma descendente, que irá preparar para o inicio da exposição temática.



Este acorde inicial pode ser forte (como sugere o autor), na quiáltera ascendente posso ter um leve crescendo, e na descendente um decrescendo (em vermelho).

Observe que o autor não indica um crescendo nos compassos 2 à 4, mas ele pode existir, reforçando assim o motivo melódico, mas este crescendo precisa ser tênue (em laranja).

A cadência que existem nos compassos 10 e 11 pode soar “staccato”, ao meu ver.



É claro que isto foge do que esta escrito na partitura, mas observando o contexto da obra, esta pequena alteração pode ser bem-vinda.

A interpretação do tema 2 da obra é relativamente simples, mas existe um pequeno trecho, que inclusive se repete, tanto no tema 2 (na mesma tonalidade) como em fragmentos no desenvolvimento, que requer uma atenção especial



Este trecho pode, e deve soar “delicado” (dolce). Após ele temos início a série de cadências que devem direcionar ao desenvolvimento, ou re-exposição temática.


No desenvolvimento, a idéia se mantem. Não há muito o que inventar, apenas que, podemos aproveitar as variações tonais para criar um ambiente de tensão, utilizando a capacidade dinâmica do piano, como é de se esperar no trecho abaixo:


Observe que temos uma certa “tensão” tonal que precisa ser resolvida. A parte grifada em laranja orienta esta resolução, e deve ser destacada, o que pode ser percebido na atual gravação.

Nos trechos listados a seguir, estamos encaminhando a finalização da Sonata, e podemos notar a re-exposição de um dos motivos apresentados no inicio da sonata, porém, noutra tonalidade.


Trecho 1                            Trecho 2


Trecho 3, parte da exposição temática
Observe que, o que é “exibido” nos trechos 1 e 2, é semelhante ao trecho 3 (já tratado anteriormente). A premissa de interpretação permanece, pode ser tocado de forma leve e suave (dolce).

No restante da sonata temos uma sequência de cadências e modulações que devem culminar novamente na tônica finalizando a sonata.


Regravação


Estas obervações já foram, grande parte, aplicadas. Desta forma, logo devo estar re-gravando o primeiro movimento da sonata n20 desta vez, com uma qualidade um pouco maior.

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