Gravações - Repertório

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terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Música ajuda a "moldar" pessoas? - Parte 1


                Sei que o título é estranho, e talvez a ideia seja justamente essa, um título estranho e talvez um pouco sem sentido (mas nem tanto), uma vez que pretendo discutir aqui uma questão um tanto complexa e que já foi abordada em diversos artigos mundo a fora. Será que o estudo continuado da música forma pessoas melhores? Até que ponto o simples fato de propiciar o ensino da música, principalmente a erudita, ajuda no desenvolvimento de crianças e jovens? Será que podemos afirmar que o estudo contínuo de música auxilia a moldar o comportamento das pessoas e a formar indivíduos mais bem preparados para mundo e para as diversas atividades intelectuais? Neste artigo, separado em duas partes, irei abordar este assunto e trazer alguns pensamento que me ocorrem. Todas as ideias expressas no texto estão relacionadas com a minha vivência pessoal e as observações que tenho feito ao longo dos anos, desde o tempo em que fui estudante de música, posteriormente professor de ensino técnico trabalhando diretamente com adolescentes, e hoje como professor de teclado.

                Atualmente vivemos numa época complicada, onde referências deixam de existir e as crianças acabam por perder o foco em coisas importantes pelo simples fato de serem chatas. Não foram uma ou duas vezes que escutei crianças e adolescentes reclamando das aulas de matemática na escola e falando com a boca cheia que não estudam para provas  devido a não gostar da matéria e não irão utilizar isto para nada, dando a desculpa que, a recuperação existe e os professores sempre dão um jeitinho de passar o aluno, por mais que não tenha estudado. É claro que este é um problema social maior e mais complexo, que está ligado a desestruturação familiar e um modelo de ensino decadente, que não proporciona mais ferramentas eficientes de cobrança aos professores, e muito menos formas de avaliações mais condizentes com a realidade tecnológica que vivemos nos dias atuais.

Porém, existe um fator intrigante nisto tudo, que me deixa um pouco preocupado. Nossas crianças e adolescentes não estão sendo acostumados a realizar tarefas necessárias, e que não gostam. Não estão sendo ensinados a ter disciplina para estas atividades, e isto se reflete no mercado de trabalho e na grande rotatividade nos cursos de nível superior, no aumento de problemas psicológicos entre jovens e adolescentes, e na  dificuldade para tomar determinadas decisões, pois estas são basicamente movidas pelo imediatismo e pela sua torpe visão daquilo que é "divertido".

                Desta forma, podemos dizer que um estudante de música passa por diversas situações que exigem e forçam o desenvolvimento de algumas qualidades específicas, que hoje começam a se tornar escassas no meio acadêmico e profissional, como o comprometimento, censo crítico e principalmente a força de vontade. Não existe música bem sucedido ou orquestra de renome sem estudo, comprometimento e muita força de vontade. Não perca a continuação deste artigo, onde iremos abordar os referidos pontos e fazer uma ponte entre eles, o estudo continuado de um instrumento musical e o mundo real.

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