Gravações - Repertório

As obras abaixo estão prontas e disponíveis para apresentações, concertos e recitais.


Nem todas as gravações foram atualizadas, portanto, algumas obras já possuem uma interpretação mais apurada.






Maiores informações, no Link Repertório e Downloads/Gravações

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A importância da escrita musical - parte 2

A notação musical tem como principio propiciar a transmissão das obras da forma mais pura e precisa possível. Quando um compositor produz e compõe uma música, é natural que ele queira que esta seja reproduzida da forma mais fiel possível, que cada nota esteja em seu lugar, e que as indicações de dinâmica sejam seguidas a rigor, mantendo a obra dentro do seu caráter original e de sua forma.

Portanto, a escrita musical foi desenvolvida e aprimorada para este fim, dar ferramentas aos compositores para que suas ideias possam ser transmitidas da forma mais precisa possível. Sendo assim, qualquer músico poderá, mesmo após centenas de anos, executar a obra com precisão, tendo ao menos alguma certeza de que a música estaria sendo executado da mesma forma que o compositor a idealizou.

Para ilustrar a importância da escrita musical, podemos pegar como exemplo a brincadeira do "telefone sem fio". Se você possui 30 pessoas envolvidas na brincadeira, e fala uma simples frase para a primeira, possivelmente quando chegar na última, observará uma diferença relativamente grande da frase dita inicialmente. Porém, a não ser que algum dos integrantes queira "sacanear" durante a brincadeira, possivelmente a ideia central da frase irá chegar do outro lado.

Com a música, não é diferente. A oralidade quando é feita de forma séria tende a sintetizar os fatos, para facilitar a memorização, e manter o fator central intocado e mais claro. Neste caso, falando em músicas percebemos que com o tempo obras que eram complexas, tornam-se apenas um motivo melódico (tema) nas mentes das pessoas.

Podemos pegar como exemplo moderno, a Sinfonia n° 9 de Beethoven


Abaixo, temos apenas o tema do quarto (4°) movimento da Sinfonia n° 9 e Beethoven, também conhecido como movimento coral, ou Ode to Joy (ode a alegria).

Tema da Nona Sinfonia


E na imagem a seguir, temos uma página deste mesmo quarto movimento, o mais próximo do original possível, utilizado por orquestras para reproduzir a obra completa L. V. Beethoven:



Podemos dizer que 95% da população mundial, tem em suas mentes apenas o tema desta grandiosa obra, tendo sintetizado a música ao máximo. Podemos perceber que as pessoas acabam por eliminar/esquecer os violinos, violas, chelos, baixos, trompas, tímpano, oboé, clarinete, coral, soprano, barítono e etc.

Ou seja, a escrita musical, é tão importante para a música, como a escrita "alfabética" é para o nosso dia a dia, e para a produção intelecto-cultural da humanidade.


Produção musical POP: Um problema para o futuro?

Com o surgimento da cultura POP, e a ascensão de estilos musicais como o JAZ e o Blues, tivemos uma grande revolução musical surgindo ao redor do mundo. A musica não precisava mais ser fruto da erudição. Ela poderia surgir do povo, e para o povo. Assim, surgem as músicas improvisadas e formas mais simples de composição e notação musical.

Com o tempo a musica atingiu a forma que temos hoje, e que predomina frente ao conhecimento popular. Letras escritas e cifradas onde estas cifras lembram a harmonia e evolução harmônica da música, servindo como base para o motivo melódico que passa a ser cantado.

Estas notações não são novas, mas passaram a ser amplamente utilizadas em nossa era. Criando toda uma classe de novos compositores e músicos, e tornando as obras mais próximas da poesia do que da própria música. Hoje, é normal você encontrar compositores que desconhecem os conceitos de "harmonia", e mesmo de escala e dinâmica, coisas básicas para qualquer músico e compositor. E neste ponto, temos um grande problema.

Como já mensionado no artigo anterior, nossa memória tende a simplificar as coisas, portanto o correto uso da notação musical e o aprendizado da escrita são fundamentais para que as obras sejam perpetuadas.

Muitos dos Salmos escritos na Bíblia eram cantados. Nos não temos ideia hoje de como eram estas melodias, simplesmente devido a falta de notação musical que possa ser compreendida por nós hoje, e que dê o sentido melódico as obras.

Eliminando qualquer problema relacionado ao idioma (Hebraico e Aramaico, no exemplo), se estas obras possuíssem notação musical moderna, poderíamos canta-las tal qual era feito em sua época.

Neste ponto, chego a seguinte conclusão: Corremos um grande risco de termos uma enorme quantidade de obras desconhecidas no futuro, simplesmente pelo fato de que seus compositores não se utilizam das formas de notação musical disponíveis.

O ensino musical deveria fazer parte do currículo escolar. Ao menos aprender a ler e escrever notas. Se nós aprendemos física, química, Matemática, Artes e tantas outras matérias, algumas vezes aprendendo apenas  o básico para que possamos ser direcionados para uma profissão no futuro, me pergunto o por que de não aprendermos música nas escolas.

Ao menos, todos saberiam como escrever uma melodia, proporcionando assim o conhecimento necessário para que compositores amadores pudessem escrever as melodias de suas músicas, registrando-as assim para a posteridade.


A importância da escrita musical - Parte 1

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Retornando aos estudos

Após uma breve pausa, devido a um problema de saúde, estou retornando aos estudos.

No fim das contas foi um problema muscular, apenas uma contratura, comum nestes dias de frio, mas que podem causar bastante dor.

Agora, recuperado, retorno aos estudos, pois tenho muita coisa para estudar e por em dia, tendo em vista que a aula com a Jeanine já é no próximo fim de semana.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Uma breve pausa (espero)

Infelizmente fui forçado a fazer uma breve pausa nos estudos. O pior é que estou a menos de duas semanas para as aulas marcadas com a Jeanine em Porto Alegre, sem poder estudar a noite, acho que não vou conseguir vencer a grade para levar algo mais complexo para revisão.

No mais, estou desde sexta-feira "de molho". Acho que dei um mal-jeito na coluna. Este fato começou mesmo no sábado anterior, mas logo passou com remédios para dor, tendo retornado na sexta-feira e piorado nas últimas 24 horas.

Espero poder voltar aos estudos logo, senão a coisa vai ficar complicada !!

terça-feira, 12 de julho de 2011

A importância da Escrita musical - Parte 1

Escrita Cuneiforme
O fim da pré-história é marcado pelo aparecimento da escrita que é considerado, para a antropologia, um dos marcos mais importantes do processo evolutivo humano. Com o surgimento da escrita, os seres humanos poderiam guardar relatos que seriam passados de pessoa a pessoa, ou de geração em geração.

Logo, temos inicio a produção cultural e  as histórias, lendas, contos, narrativas de feitos de homens bravos, poderiam ser guardadas para a posteridade. Os palácios começam a utilizar a escrita para armazenar e organizar as suas decisões, dando origem assim ao escrivão.

Não era de se duvidar que logo, estariam escrevendo músicas e poemas cantados, pois mais antiga que a própria escrita, é a música.

Sabemos que os povos antigos utilizavam a música como forma de memorizar e passar as histórias de seu povo de pai para filho. Sabe-se por exemplo, que a tradição oral do povo hebreu era extremamente forte, e uma das formas de transmitirem sua história sem que houvessem alterações, era de forma musicada.


A escrita musical

A notação musical que conhecemos levou tempo até ser desenvolvida. Foram ao menos 7 séculos para que a escrita musical chega-se a sua maturação, contendo assim, grande parte dos elementos que possui hoje.

Foi por volta do século X que um monge teria dado inicio ao desenvolvimento da notação musical que hoje utilizamos. Ele teve a ideia de escrever as notas sobre o pentagrama, onde cada linha representaria a altura da nota a ser cantada. Os nomes das notas também foram criados nesta época para facilitar o aprendizado através do solfejo.

Escrita desenvolvida no Século X, comparada com a escrita moderna.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Buchner.png

Muita coisa evoluiu após isto e cada vez mais elementos foram inseridos como, por exemplo, o tempo, a clave, tonalidade, notações de dinâmica e etc.

Podemos observar que a forma de escrita musical no Século X possui grande diferença ao que estamos acostumados hoje. Isto ocorre pois os instrumentos modernos começaram a aparecer por volta do século XIV, sendo assim, entre os séculos XIV e XV tivemos grandes alterações na forma de escrita musical, transformando-a em algo mais próximo do que temos hoje.

Basicamente, podemos listar três fatores que mudaram e encaminharam estas transformações


  • 1 - Desenvolvimento de novos instrumentos de cordas (violino, viola, cello e baixo)
  • 2 - Sistema tonal temperado
  • 3 - Pianoforte


É claro que, não podemos ignorar o restante. O órgão é um instrumento muito mais antigo do que o violino, por exemplo. Os primeiros instrumentos a serem desenvolvidos foram de sopro, e estes instrumentos foram os precursores do órgão de tubos ( Sabe-se que o primeiro órgão de tubos foi construído no século III A.C.).

Com o amadurecimento da forma de escrita e notação musical, tornou-se possível o aumento de complexidade das composições. Desta forma as obras que eram, em suma cantadas, passaram a possuir acompanhamentos mais complexos e com o amadurecimento da forma de escrita  destes instrumentos, surgiram as Sonatas, uma nova forma musical, que dispensava a voz humana.

Posteriormente, com o surgimento do sistema tonal temperado, temos uma nova revolução na música. Torna-se mais fácil e prático desenvolver obras complexas. As modulações poderiam ser mais complexas e abrangentes, sem que o grupo de cordas corresse o risco de perder-se no meio da música.

Bach foi um dos precursores deste sistema, demonstrando sua viabilidade quando compôs "O Cravo Bem Temperado". A partir deste momento, a própria notação musical foi influenciada tendo a adição de novos elementos que propiciavam o uso do Sistema Tonal Temperado.

OBS: O Sistema Tonal Temperado já era usado antes de Bach compor seu livro, logo, estes elementos já estavam sendo  pouco-a-pouco inseridos à notação musical. Outros compositores já haviam composto fugas para este sistema, porém, o trabalho de Bach é o mais relevante, pois foi como um demonstrativo de todas as tonalidade existentes, tendo sido utilizado como base de estudo que veio a propiciar todo desenvolvimento musical que o precede.

Com o surgimento do pianoforte, conhecido hoje simplesmente como piano, temos início a adição das dinâmicas à notação musical. O processo de descoberta das capacidades do piano levou algum tempo, inclusive, devido aos aprimoramentos mecânicos deste instrumento.

Até então, a dinâmica estava ligada mais aos instrumentos de corda como o violino, e a voz humana. O cravo não possui expressividade. Desta forma, a expressividade dos instrumentos era pouco explorada e ficava a cargo do interprete ou regente.

Estas capacidades começaram a ser amplamente exploradas por volta da segunda metade do período clássico da música, e tiveram seu desenvolvimento acentuado até a primeira metade do período romântico. Desta forma, foi necessário o desenvolvimento de elementos para que isto também fosse passado para as partituras, surgindo assim, as notações de dinâmica.

Até a metade do período romântico, podemos dizer que 90% da forma de escrita musical que conhecemos já havia sido desenvolvida. Posteriormente, nos períodos moderno e pós-moderno, ainda foram inseridos novos elementos (como a raspagem de cordas, por exemplo), porém, estes elementos não vieram a trazer impacto tão grande como os desenvolvidos até a metade do período romântico da musica.


A importância da escrita musical - Parte 2 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Uma passagem pelo Rock Gospel

Como mencionei neste post, estive algum tempo tocando em uma banda de rock gospel da igreja Luterana São Paulo de Novo Hamburgo.

Minha entrada na banda, ocorreu de forma curiosa, pois na realidade eu sempre fui estudente de piano (aspirante a pianista hehe), e nunca havia tocado um instrumento de cordas na vida.

Nesta época, a banda Evangenesis estava passando por modificações. Inicialmente eles tocavam músicas de estilo mais POP, apenas com violão, vocal, bateria e teclado. Porém, o compositor (e fundador da Banda) Thiago Oliveira, sempre teve uma veia meio Heavy Metal, e seu sonho era ter uma banda de rock mais pesado, com um estilo próprio.

Após a compra de equipamentos, como guitarra, amplificadores, mesa de som, caixas, potência e etc, começaram as modificações do repertório. Um dos integrantes que tocava o segundo violão saiu da banda, e após algum tempo, o baixista também deixou-a.

O Thiago sempre foi um exímio violonista e guitarrista, assim a banda continuou tendo apenas ele no violão/guitarra, porém, faltava um baixista. E então eles convidaram-me para prencher esta vaga, mesmo sabendo que eu nunca havia tocado violão ou contra-baixo.

Sendo a Evangenesis uma banda de amigos, a coisa foi mais tranquila. Já conhecia o Thiago e o Maurício (irmãos, guitarrista e baterista, respectivamente) de longa data. Ambos, portadores de um dom para música que, dificilmente encontramos por ai. Aprenderam muito do que sabem por conta própria, inclusive composição. As músicas do Thiago são verdadeiras obras de arte, muito belas e bem acabadas, com uma forma diferenciada, que consegue misturar melodias ao estilo "legião urbana" com um rock 'n rool clássico, com pequenas influências do Heavy Metal e Progressivo. Parece esquisito num primeiro momento, mas quando as músicas começam a ficar mais acabadas e arranjadas, fica muito legal.

Squier Precision - Igualzinho ao meu
Assim, o suporte ao aprendizado do contra-baixo foi dado pelo Thiago, que além de tudo é um ótimo baixista. Consegui dominar boa parte da técnica em uma semana, e logo estavamos ensaiando. É claro, nada de Slap ou Tapping, estas técnicas aprendi (em partes) muito tempo depois. No incio, utilizei um contra-baixo emprestado pelo Thiago, um antigo contra-baixo Samick. Este baixo acompanhou-nos por um bom tempo na banda, até que pude comprar meu próprio baixo, um Squier Precision Bass.

Nesta época, eu ainda fazia aulas de piano, se bem me lembro, foi pouco tempo antes da saída do instituto. Lembro-me que um professor de violino (Alan, que todo mundo chamava de "Alán"), sempre me dizia:
- Cuidado com a banda, normalmente a gurisada nesta idade fica deslumbrada com o grupo, e esquece do estudo clássico. Depois, joga uma possível carreira brilhante pelo ralo.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Nova orientadora - Aulas marcadas

Finalmente, após algum tempo estudando sozinho e retomando a parte técnica, irei recomeçar os estudos junto a uma orientadora.

Como disponho de pouco tempo, e não pretendo seguir carreira, irei ter minha orientação mais espaçada, fazendo um "intensivo" nos períodos de férias.

Já possuo duas aulas marcadas com a professora Jeanine Mundstok, uma pianista e organista de renome, que inclusive compõe a banca e avaliações da UFRGS. As aulas foram marcadas para final de Julho e início de Agosto (se Deus quiser, e não ocorrer nenhum imprevisto).

Algo que me chamou a atenção, é sua graduação em Engenharia Eletrônica o que me faz pensar que, nunca é tarde para música, mesmo que seja desenvolvida apenas como Hobby (meu caso). :)

Quem quiser saber um pouco mais, pode ler o PDF abaixo:



Ou escutar sua entrevista no "música em pessoa":

terça-feira, 5 de julho de 2011

Leitura de notas - A Batalha: Parte 3

Bom, desta vez não venho dar dicas, mas apenas compartilhar minha experiência nesta batalha.

Ler notas, ou ler uma partitura para piano a primeira vista é algo complexo, ainda mais se você deseja, além de tocar as notas, interpreta-las. São muitos detalhes para prestar atenção, que variam desde o andamento, ao dedilhado, dinâmica e a própria nota.

A leitura de notas é algo que só pode ser melhorada, lendo. Não existe receita milagrosa. Por enquanto não conseguimos "fazer upload" das informações para nosso cérebro (e espero que nunca consigamos, pois perderia a graça), portanto, a única forma de aprender, é com o bom e velho "serviço braçal". Estudando, treinando, lendo. Com o tempo, nosso cérebro vai automatizando a tarefa, e criando novas conexões, que irão facilitar a identificação das figuras. Ou seja, você "cria um banco de dados" com "imagens" que auxiliarão na identificação das notas. Conforme você vai avançando, este "banco de dados" vai sendo enriquecido, e algumas coisas tornam-se naturais, como por exemplo, o dedilhado e a interpretação.

O que tenho feito? A cada dia que pego o piano pra estudar, seleciono uma ou duas músicas simples para ler a primeira vista. Meus favoritos para isto são Bach e Mozart, o primeiro por ser mais contraponteado, uma das minhas principais dificuldades, e o segundo por ser confortável de se tocar e ler a primeira vista. Sugiro que façam isso, todos os dias. Dedicar pelo menos 5 a 10 minutos para ler algo a primeira vista, desconhecido, e que seja simples, irá melhorar sua leitura. Não adianta pegar músicas complicadas, que você precisará parar para identificar as notas, isso não ajuda, o ideal é pegar algo que você consiga ler, e a partir deste ponto aumentando gradativamente a dificuldade.

Em poucos meses, você já irá sentir a diferença, pode acreditar!