Gravações - Repertório

As obras abaixo estão prontas e disponíveis para apresentações, concertos e recitais.


Nem todas as gravações foram atualizadas, portanto, algumas obras já possuem uma interpretação mais apurada.






Maiores informações, no Link Repertório e Downloads/Gravações

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Direitos autorais na música - Falta de visão?



Já fazem quase duas décadas que a internet faz parte do cotidiano de todos. Ela já está virtualmente disponível em todos os lugares, ao alcance de muitas pessoas, seja através de lan houses ou mesmo em escolas e no trabalho.

Esta imagem demonstra bem
o que é o P2P!
O fato é que nas duas últimas décadas temos tido um boom tecnológico, que ultrapassa o simples uso do computador e a internet. Todos nós estamos de uma forma ou de outra conectados, seja pelo facebook, MSN, Google Talk ou e-mail. Mesmo os celulares mais baratos, como um C2 ou X2 da Nokia possuem Instant Messenger, acesso a redes sociais e a internet, mesmo que de uma forma mais simplificada, eles mantém você conectado com o resto do planeta.

Mas, o que eu quero dizer com isto? Por um acaso isto aqui não um blog voltado a música com foco no piano?

Pois bem... Tem tudo a ver. Quem nunca baixou uma MP3 da internet? O Download de músicas via P2P não é algo novo, já existia desde 1998 (ou antes), tendo mudado de forma, mas nunca se extinguido. Passamos pelo napster, kazaa, e-mule (Edonkey 2000 entra aqui), Trackers de torrent, e por fim na última empreitada foram os sites de compartilhamento, como o Mega Upload.

Antigamente, trocávamos músicas pelo MiRC. Alguém é desta época? Recebi, inclusive, algumas gravações de Vladmir Horowitz desta forma. Gravações que custam uma pequena fortuna (custavam) na livraria Cultura. Mas onde quero chegar?

Bom, quero chegar um pequeno diálogo sobre os direitos autorais.


O que são direitos autorais?

Primeiro quero esclarecer que não sou advogado, e não tenho domínio em leis ou mesmo nesta linguagem. Portanto, abordarei de forma simples e direta.
Quando alguém compõe uma obra e a registra, passa a ser dona desta obra. No atual modelo, é permitido que o detentor destes direitos cobre por execução da obra, seja em qual meio for, e cobre pela distribuição da obra. Isto no papel parece maravilho, pois o músico colhe os frutos do seu trabalho, certo? Logo mais vamos ver que não é bem assim...



Gravadoras e os direitos

Foto de um antigo estúdio
Pois bem, nesse ponto surgem as gravadoras, devido a invenção do disco/gramophone. Antigamente não existia outra forma de registrar obras em áudio, a não ser pelo antigo disco de vinil. Os equipamentos de gravação eram caros, rudimentares e de difícil manuseio. Desta forma, algumas empresas começaram a disponibilizar seus serviços para gravação de obras musicais.

Neste ponto começa a se formar a indústria áudio-visual, e as gravadoras se estabelecem. Basicamente as gravadoras selecionavam os melhores músicos e faziam-lhes um acordo. Estes deveriam ceder-lhes os direitos de sua obra em troca de ter-las gravadas e distribuídas em todas as lojas do país ou mesmo do mundo. Eles ganhariam indefinidamente uma pequena porcentagem de cada disco vendido, o que poderia ser bem lucrativo.

E realmente foi. Vejam como as gravadoras cresceram e tornaram-se poderosas!



Final da história


No final da história, as gravadoras continuam detendo os direitos das músicas. Podemos pegar um exemplo o grupo Beatles. As suas obras são protegidas até que o último membro da banda venha a falecer, e mesmo assim, após isto, a gravadora e os familiares continuam tendo direitos sobre a gravação durante os 70 anos seguintes, mantendo assim sua "renda infinita", sem muito esforço.

Disco de ouro, prêmio conferido
a artistas que venderam mais de
um milhão de cópias de um álbum.
Pense quantos CD's ainda são vendidos da Legião Urbana? Agora pense que cada CD vendido tem uma pequena porcentagem destinada a família (que não faz ou fez parte direta do estudo e composição da obra), e outra grande parte fica com a gravadora que detém os direitos.

Agora pense numa grande gravadora como Sony Music ou a Universal Music, que possui centenas de músicos consagrados em sua carta de músicos. Quantos milhões esta gravadora ganha apenas em direitos sobre músicas escritas a pelo menos 70 anos atrás? E pasmem, continuarão tendo direito por pelo menos mais uns 50 anos...

Mas elas estão preocupadas com isto, pois inevitavelmente vai acabar. As pessoas não querem mais pagar pelo conteúdo que podem ter de graça na internet, e muitas vezes superior.

Quem aqui já comprou uma música em MP3? A algum tempo as músicas vendidas vinha com bitrate horrível (128k) e ainda com limitações de DRM. Você precisava escolher onde iria escutar a música e instalar o certificado, depois, não poderia mais escutar em outro lugar a não ser comprasse novamente a música.

Além disto, temos a demora. Normalmente o conteúdo para venda online sob distribuição digital demora para ser liberado. Estamos na era digital, onde tudo é rápido, o consumidor não quer mais esperar...



O Modelo é falho

E por fim, aponto que este modelo é falho. Ele se estruturou sobre um momento histórico, onde a cópia de discos era complicada e não valia muito a pena. Com o surgimento da Fita K7 e do CD, isto muda. As cópias passam a ser corriqueiras, e da mesma forma que você tira uma foto-cópia de algumas páginas de um livro ou uma partitura para estudar, você vai fazê-lo com um CD, selecionando as músicas que você mais gosta.



Custos de gravação

Antigamente, fazer uma boa gravação custava algumas centenas de milhares de dólares. Hoje, com 5.000 reais você grava um CD com qualidade superior aos CD's da década passada, que poderá ser escutado por muita gente!



Mas e a distribuição?

A internet está ai a serviço dos músicos independentes. Não há necessidade de fazer milhares ou milhões de cópias, gerando um contrato milionário.
Site utilizado por muitos músicos
independentes para distribuir
seu material.

Quem for bom, sobrevivera neste mar. Quem não for, irá amargar, com ou sem uma grande gravadora ao seu lado.

Este antigo modelo está indo para o fim, e os músicos possivelmente serão mais independentes no futuro. Isto também gera agilidade, pois pula grande parte da burocracia de uma gravadora, podendo assim liberar o trabalho de forma mais rápida e ganhar dinheiro através de doações no website (se o trabalho é bom, com certeza vai ter alguém disposto a pagar por ele) e com shows.

A propósito, o artista deveria ganhar por shows ou por trabalho, e não indefinidamente por um trabalho feito a décadas atrás.



Licenciamento e direitos do autor.

Neste ponto, entra o Creative Commons. O qual garante o direito de propriedade ao autor, e lhe da escolhas de licenciamento que permitem desde a livre distribuição até alterações. Você pode restringir alterações e até o uso comercial da obra, desta forma, para que seja usada comercialmente somente mediante liberação do autor ou algum contrato firmado.



A meu ver parece bom. Garante o direito da obra, e da formas para que o músico possa viver com seu trabalho. Mas somente vai enriquecer quem for bom o suficiente para lotar shows ou teatros. Nada mais digno, ganhar com o seu trabalho. E não com o trabalho dos outros por tempo indefinido!



OBS: Para aqueles que vierem falar em "aposentadoria", não se esqueçam que a previdência permite o pagamento do INSS de forma autônoma. Muitos músicos fazem isto, e acho que TODOS deveriam fazer.

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