Gravações - Repertório

As obras abaixo estão prontas e disponíveis para apresentações, concertos e recitais.


Nem todas as gravações foram atualizadas, portanto, algumas obras já possuem uma interpretação mais apurada.






Maiores informações, no Link Repertório e Downloads/Gravações

quinta-feira, 31 de março de 2011

A Crise do Instituto

Em 2004, o Instituto dos Meninos Cantores de Novo Hamburgo tinha a ambição e o sonho de tornar-se um instituto de música completo. Nasce então o Instituto Nilson Meireles Prestes, junto ao Instituto dos Meninos Cantores de Novo Hamburgo.

A frente do projeto estava o professor e violinista Mauro, que atuou por muitos anos na Orquestra da Unisinos. As coisas começaram muito bem, muitos alunos novos ingressaram em busca dos bons professores que ali estavam, e as aulas de violino, piano, flauta, trompete, tuba e alguns outros instrumentos, tiveram inicio/continuidade. A idéia era que em pouco tempo fosse possível iniciar uma orquestra Jovem completa.

O Coro também foi totalmente remodelado, sendo separado em partes, agora existia coro infantil, infanto-juvenil e jovem, além do tradicional coro apenas de meninos, já famoso na cidade e em todo o país.

Posteriormente, surgiu também um grupo coral de pais, abrindo a possibilidade para um grupo coral de idosos. Este último eu não me lembro se chegou a existir.

Neste ponto, comecei a ter aulas de teoria musical mais direcionadas, com composição e arranjamento em pauta. Também recebi a incumbência de acompanhar o coro principal, algo totalmente novo para mim, e que infelizmente não consegui pegar bem o jeito.

As Reformas

Para que tudo isto pudesse funcionar e ser bem sustentado, ocorreram diversas reformas no instituto. Os 3 pianos acústicos que o instituto possuía foram vendidos afim de custear as reformas. Ao meu ver, esta foi uma decisão ruim.

Lembro-me que o instituto possuía dois pianos Fritz Dobbert, e um piano Schiedmeyer. Este último precisava de reformas, mas era o piano com a melhor sonoridade do instituto, bem como mecânica, precisando apenas de uma reforma no seu móvel.

Infelizmente, todos, sem excessão, foram vendidos. Isto veio a causar problemas para o ensino de piano, pois como ter aulas sem um piano? Bom, a resposta veio, e inicialmente ficamos esperançosos, e seu nome era "Clavinova".

Coloquei entre aspas, pois infelizmente não tratava-se de um Yamaha Clavinova, mas sim de uma imitação. Um Fênix, se bem me lembro, o TG8880 que imita esteticamente um Clavinova da Yamaha.

O piano não é de todo ruim, custa na faixa de 3800 reais, porém ele leva um "coro" de um Yamaha Clavinova CLP230 (linha mais barata) que pode ser encontrado na faixa dos 4000 reais (hoje, o modelo inicial vendido é o CLP330).


O "fim"

Nesta faze, tive aulas no instituto por mais 1 ano, até meados de 2005 com o professor Jessé, quando devido a vários problemas, muitos professores deixaram o instituto, inclusive ele e o professor Mauro, que dera o "pontapé" inicial no abertura do instituto Nilson Meireles Prestes.

Ao que se sabe, ocorreram diversos problemas internos entre a direção. A história não ficou bem explicada, alguns dizem que o professor Mauro (por trás do projeto) e a Direção desentenderam-se quanto aos objetivos do instituto, mas creio que isto possa ser apenas uma das razões para os problemas, pois sabe-se que na época existia uma certa dificuldade em se conseguir fundos por parte da Secretaria de Cultura da cidade (isto sempre foi complicado, diga-se de passagem).

Somando a dificuldade em conseguir patrocínio por parte de empresas da região, problemas para conseguir verba da Secretaria de Cultura e mais alguns desencontros da direção, o instituto entrou em crise, tendo muitas das suas atividades suspensas.

Ainda fiquei no instituto mais alguns meses, sendo orientado por outra professora, que dera aula para o Jessé a muitos anos atrás, porém não sei se foi alguma negligência minha ou mesmo o momento, mas o desenvolvimento técnico ficou um pouco estagnado e a evolução mostrou-se muito lenta, desta forma acabei por sair do instituto.

A partir deste ponto não acompanhei mais o andamento das coisas por la. Ouvi falar que o instituto mudou de lugar e permaneceu apenas com o Coro de meninos, sem as demais aulas de instrumentos e atividades, o que é uma pena, pois tinha muito futuro e o trabalho que estava sendo desenvolvido vinha rendendo frutos.

Infelizmente, a iniciativa privada não patrocinava e apoiava este tipo de trabalho com freqüência na época (hoje é mais comum). Para que ele realmente funcionasse, somente com cobrança de mensalidades relativamente caras como muitos Institutos de Música de qualidade o fazem, pois profissionais bons são caros, e o estado normalmente não destina verba para este tipo de coisa. (mal destina para as escolas, o que diria para o ensino de música)

Lembrando que, a iniciativa privada apóia muitos grupos e trabalhos de musicalização para pessoas carentes, um exemplo é o trabalho do Maestro João Carlos Martins nas favelas. Muitos outros trabalhos do tipo também ocorrem, e as empresas que patrocinam, além de terem retorno em publicidade indireta, deduzem estes valores no IR pago a cada ano, entrando assim como filantropia.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Novo professor e novos caminhos

Basicamente, em 2002, não fiquei sem aulas, apenas estive com um professor, digamos, meio ruim.

O ano de 2003 foi bom, pianisticamente falando.

Neste ano iniciei as aulas com o Jessé Martins, que já era quase uma lenda no instituto dos Meninos Cantores, justamente pela proeza de conseguir "dominar" a Sonata Patética em tão pouco tempo, porém, eu vinha basicamente com uma marcha lenta puxada, devido ao ano conturbado.

O Jessé sempre foi um professor exigente, e em alguns momentos enérgico, o que de certa forma tornava as coisas mais interessantes.

Basicamente, neste ano passei por uma reformulação completa na grade de estudos, e voltei a ter aulas de teoria musical. Também o professor Jessé tinha uma esquemática que apenas hoje (infelizmente) admiro e entendo.

Basicamente, ele fazia-me entender a música. Minhas partituras da época que fazia aulas com ele estão totalmente rabiscadas. Com anotações assinalando frazeados, temas, contra-temas, desenvolvimento, análise hamônica e por ai vai, que posteriormente auxiliava na interpretação da obra.

Aprendi muitas coisas com ele, e foi com ele que tive a maior parte da minha evolução técnica e musical.

Em meados de 2004 ingressou na UFRGS, o que fez com que se afastasse do Instituto de música por uns 4 meses, se não me falha a memória. Neste período tive aula com o regente do Coro, que na realidade era Organista, mas também Pianista.

Basicamente neste período foi dado continuidade ao trabalho do Jessé, com acrescimos da Sonata nº 1 de Beethoven e de um Prelúdio e Fuga de Bach, que francamente não recordo o número (mas não é o número um hehehe).


UJSP - União Juvenil São Paulo

Neste período (2003) comecei a ir no grupo de jovens da Igreja (São Paulo, da IELB).
La, tive contato com outro estilo de música. Inicialmente não fiz nada em termos musicais, apenas "observei". Mas logo 2004, comecei a participar junto ao grupo, tocando teclado em músicas de estilo GOSPEL (Rock e estilo mais "POP"). A primeira participação mais abrangente foi em uma olimpíada cultural, onde preparamos as Músicas "Josué" e "Oração de Josué" dos Sãos e Salvos (que na realidade era para ser uma única música em três partes, a terceira parte não foi preparada pois ficaria longo demais).

Toquei cravo, na realidade em um teclado por não possuir (obviamente) o instrumento. O arranjo da música foi concebido para o cravo, composto pelo próprio compositor da música, André Silva. O arranjo da segunda parte da música na época ainda não estava completo (como no CD), e para a apresentação naquela ocasião acabei compondo um arranjo.

Neste período comecei a criar gosto por tocar em "banda", e logo depois fui convidado a tocar na banda Evangenesis, uma banda de Rock Gospel que estava em atividade fazia pouco mais de um ano na comunidade. Porém, eles precisam de um baixista, e não tecladista.

E ai que começa minha história com o contra-baixo elétrico, e um pequeno desvio dos caminhos da música erudita.

terça-feira, 29 de março de 2011

Gravações atrasadas

Devido a vários contratempos as gravações acabaram atrasando.

Esta semana foi bem corrida, tanto no trabalho quanto na faculdade, acabei trabalhando o sábado inteiro, coisa que não estava prevista, e em meio reuniões após o expediente não sobrou muito tempo para a devida lapidação/finalização das peças.

Sendo assim, as gravações acabaram ficando prejudicadas.

Mas, vou fazer o possível para gravar este fim de semana e postar no blog.

domingo, 27 de março de 2011

Meu primeiro piano!

Como mencionei anteriormente, no post de título ambigüidade, por volta de 2002 adquiri meu primeiro piano.

E é a ele que irei dedicar este texto.

Estudar piano sem piano é especialmente complicado. Qualquer professor de piano que não incentive a compra de um, pode estar negligenciando o crescimento do aluno, pois torna-se simplesmente impossível o bom desenvolvimento técnico, pois as diferenças entre um teclado e o piano são simplesmente gritantes, que ultrapassam as simples "teclas a mais".

Bom, podemos listar algumas diferenças básicas:

  1. Número de teclas
  2. Peso das teclas, devido ao sistema mecânico
  3. Resposta das teclas e sensibilidade

Apenas estes 3 itens já fazem toda a diferença na hora de estudar.

Algumas peças simples para piano, e a grande maioria das peças de período barroco (que definitivamente não são simples) podem ser tocadas em 5 oitavas, por terem sido concebidas para uma primeira geração de cravos e orgãos, que possuíam uma amplitude harmônica menor do que os pianos, porém o desenvolvimento técnico neste caso acaba por ser prejudicado.

Devemos levar em consideração, num primeiro momento, o peso das teclas de um piano devido ao seu sistema  mecânico (êmbolos, martelos e etc), e também  a sensibilidade que este sistema proporciona, sendo necessário maior preparo técnico para a alcançar a devida precisão no toque, afim de fazer com que a música soe da melhor forma possível.


Meu primeiro piano

Agora chegamos ao meu primeiro piano.

Foi comprado em uma loginha em Porto Alegre. Tenho muito a agradecer a minha mãe, que mesmo sem ter tido muitas condições para tal compra, juntou um dinheiro para completar um valor que já existia para este fim, que ficara após o falecimento do meu pai (que fazia pouco tempo que ocorrera).

Munidos de 5.000 reais na época, saímos a procura de um piano, sabendo que com este valor não conseguiria comprar o melhor, mas já poderia ter um instrumento que pelo menos proporcionaria um estudo mais abrangente.

Foto de meu antigo piano aberto.
Em um anuncio no jornal, encontramos um piano da marca Cirei em uma loja chamada Rolads na grande Porto Alegre, por menos de 5.000 reais, que diziam estar totalmente reformado. Munidos do endereço, pegamos um ônibus e fomos a Porto Alegre.

Encontramos a loja, sentei-me ao piano, toquei, e gostei do que escutei. Tinha um som aveludado, uma boa resposta, e os fortes/fortíssimos soavam de forma brilhante. Acabamos fechando a compra do piano, pois não conseguíamos encontrar um instrumento mais barato.

Este piano me acompanhou por 6 anos, e foi importantíssimo para o estudo. Mas é claro, sempre existem problemas.

Afinação


Algo que não havia notado na loja, que notei apenas algum tempo depois dele estar em minha casa, foi a afinação. Este piano estava meio tom abaixo. Trocando em miúdos, se você apertasse a tecla DÓ, soaria um SI, se você apertasse a tecla RÉ, soaria um RÉ Bemol, por exemplo.

Isto seria muito ruim para meu ouvido, que acabou "desafinando" junto com o piano. Ainda hoje confundo-me um pouco, e não sei se estou escutando, por exemplo, um DÓ ou um SI, justamente por ter estudado 6 anos em um piano meio tom abaixo da afinação padrão.

Anos mais tarde, la por 2004, eu fui descobrir a causa disto. Desgaste da Arpa. Devido a idade do piano, as tarraxas não conseguiam mais segurar a afinação padrão, então, possivelmente optaram por baixar meio tom, cujas cordas ficam com uma pressão menor forçando menos as tarraxas.

Agora, você vai perguntar, como eu descobri isso? Da pior forma possível, afinando ele.

Em 2004 o Senhor Nilson , do Instituto de música, foi a minha casa afinar meu piano, e aproveitou e ensinou-me a afinar. Então aproveitamos e acertamos a afinação dele.

Bom, foi uma semana complicada, a afinação segurava 3 dias e sedia. Basicamente foram 15 dias até que ele começou a segurar mais a afinação. Passado um mês o piano já conseguia segurar melhor a afinação. Isto até certo ponto é normal, se você afinar um violão, por exemplo, em outra tonalidade, por umas duas semanas ele tende a "retrosseder" para a afinação antiga, tendo assim um tempo de adaptação.

Porém, como mencionei, devido ao desgaste, algumas notas teimavam em desafinar, sendo necessário assim a correção delas a cada 15 dias, ajuste este que eu mesmo conseguia fazer com uma chave improvisada, já que eu não possuía a chave de afinação.

Ajustes mecânicos


Não pense que um piano acústico vive apenas de afinação. Lembre-se que ele possui todo um sistema mecânico interno. A cada meio ano, o correto é efetuar a devida manutenção disto. Isto engloba a troca de feltros que existem nas conexões, reduzindo assim as folgas, ajustes de êmbolo, martelo e por ai vai, tudo para deixar o teclado mais preciso. Isto é necessário, para que se consiga estudar corretamente. Porém, nem todos tem dinheiro para fazer isto, e eu era um deles. A manutenção completa de um piano (afinação, ajustes e se necessário a reforma do sistema mecânico) pode ultrapassar facilmente os 500 reais.

Cupins


Qual o pianista que nunca teve medo destas pragas? Eu morava em uma casa toda de madeira, e isto foi problemático. Meu piano esteve infestado de cupins 2 vezes. A primeira vez chamamos um profissional para descupiniza-lo. Mas as pragas retornaram em menos de 1 ano. Então, a segunda vez eu mesmo fiz o trabalho.

Uma foto bem antiga, se bem lembro-me,
estava tocando a Sonata Patética
de Beethoven
Arredei o piano e lixei tudo. Localizei os furinhos de cupins e com uma chave verificava a profundidade do estrago. Quando o estrago era muito profundo, eu abria o buraco com a chave. Foi feito um preparado de Jimo, Naftalina e Olho queimado (diesel), que fui passando e injetando na madeira do piano todos os dias, durante duas semanas. Sim, a sala da casa estava com um cheiro horrível, mas não tinha outra opção. Após terminado isto ainda deixei assim poir quase um mês. Não tendo visto mais vestígios de cupins, fechei os buracos com uma massa especial, lixei para alinha e re-pintei.

Os cupins não incomodariam mais tão sedo, voltaram apenas 3 anos depois.


A Marca Cirei


Não encontrei muitas informações acerca desta marca. O que descobri que era natural de Porto Alegre, e que aparentemente eles fabricavam as arpas em série, o causava um indice relativamente grande de falhas. Por isto o problema de desgaste das tarrachas.
Também vim a descobrir que a madeira não era tratada, e o fatop dela ter sido cortada e utilizada antes da total secagem também faz com que seja mais propícia para os cupins.

Portanto, se alguém for comprar um piano desta marca, muito cuidado. Compre apenas se estiver mecanicamente impecável (leia-se reformado, e verifique se não existem folgas), e se for de uma loja de confiança, que tenha feito o devido tratamento da madeira. E ainda assim, somente vale a pena por um preço bem baixo (menos de 3000 reais).

quinta-feira, 24 de março de 2011

Como está sendo "o retorno"

No dia 7 de março, neste post relatei que reiniciara meus estudos ao piano, por conta própria por não dispor de tempo ou dinheiro para investir em acompanhamento de um professor (no momento).

Já passaram-se duas semanas desde esta dia, muita coisa andou, muitos ajustes precisaram ser feitos na grade de estudos. Vou relatar hoje algumas facilidades e dificuldades encontradas neste caminho.


Leitura de notas

Como já mencionei noutro post, tenho uma certa dificuldade com a leitura de notas. Pois bem, esta dificuldade foi trabalhada nas duas últimas semanas, tenho percebido que com o estudo mais continuado e direcionado, a leitura tem melhorado, porém ainda está muito aquém daquilo que podemos chamar de bom ou mesmo de regular.

Estudo técnico

Já consegui deixar 4 escalas bem concluídas (Dó, Sol, Ré e Lá, todas maiores), conseguindo toca-las com uma boa velocidade, sem tencionar. Devo continuar a estudar escalas, o correto é fazer todas, mas noto que conforme avanço, o tempo para dominar (ou re-dominar) a técnica tem caído drasticamente. Basicamente fiquei uma semana para conseguir a técnica na escala de dó, e uma semana para as de Sol, Ré e Lá, sendo que a de Mi está quase pronta.

Também temos o livro do Cramer, neste, o estudo número 1 foi concluído já na primeira semana, tendo iniciado a leitura do número 7 em seguida. Mas acabei não prosseguindo neste sentido. Talvez deva priorizar mais este lado. O estudo número 7 ainda não saiu "da leitura".

Também devo destacar com uma certa ênfase o Hanon. Ele tem sido de suma importância neste período de readaptação. Por ser um conjunto de exercícios mais pontuais, eles acabam dando uma resposta mais rápida, gosto de dizer que eles são como musculação para os dedos, e tem contribuído muito para a fluência junto ao teclado, e o aumento de resistência. Na primeira semana era comum sentir tensões e um certo desconforto nas mãos, o que é normal para alguém que esteve 4 anos longe do piano, e que apenas tocava alguma coisa em teclado na igreja uma vez ou outra, e quando precisava chegava no piano para tocar algo simples.

Mas basicamente notei uma evolução drástica na primeira semana. Na segunda semana talvez pela redução do tempo disponível a evolução foi menor.

Músicas


Nas músicas, as coisas estão andando relativamente bem. Ainda estou brigando um pouco com o metrônomo, sempre tive esta dificuldade, em contra partida minha memória tem retornado pouco a pouco, e vejo isto se refletindo em outras áreas também, como na faculdade e no trabalho.
Mas o andamento do estudo de novas músicas tem sido prejudicado pela redução no tempo. No fim das contas precisarei ajustar novamente minha grade estudos, pois cometi alguns erros ao monta-la. Após um dia exaustivo, com algo em torno de de 9 a 10 horas de trabalho mais o deslocamento, torna-se pesado estudar 1 hora e 20 minutos. Você não está apenas fisicamente esgotado, mas principalmente, mentalmente.
Ainda assim fiz o possível para conseguir render, tendo ficado apenas uma obra fora dos estudos. O estudo técnico também prosseguiu. Mas creio que novamente o andamento será prejudicado na próxima semana devido a trabalhos para faculdade e uma série de reuniões após o expediente de trabalho.

Outro detalhe importante, é novamente a leitura de notas. O andamento no estudo de novas músicas também acaba sendo fortemente prejudicado pela leitura. Se a mesma fosse fluente, com certeza seria mais fácil e mais rápido este processo de estudo. Pretendo tentar corrigir isto no próximo meio ano, para poder otimizar o tempo de estudos e manter um bom andamento no segundo semestre, quando irei aumentar o número de cadeiras na universidade.


Dificuldades e problemas

Num primeiro momento foi, na primeira semana, de cunho técnico.  Demorou algum tempo para atingir um mínimo de fluência. Não existia precisão no toque, o que acabava trazendo problemas de agilidade. Isto está sendo corrigido, a melhora já é gritante, mas ainda preciso evoluir muito, este é um ponto que você nunca estará realmente "pronto".

Num segundo momento foi o cansaço. Como mencionei após um dia inteiro de trabalho você chega cansado em casa, o que dificulta os estudos. Uma dica para aqueles que pretendem tentar conciliar tudo como eu é a seguinte: Não ultrapasse limites. Mente e corpo cansados não rendem. Não adianta forçar, não vai conseguir evoluir quando estiver cansado.

Ansiedade também é um grande problema. Muitos pianistas e inclusive maestros sofrem disto, e muitos deles chegaram a fazer uso de remédios para controlar este mal. Sempre tive problemas com isto, e neste momento de retorno ela vem aparecendo novamente, principalmente durante as gravações, onde algumas vezes basta clicar em "gravar" que já errava uma passagem que estava impecável.

terça-feira, 22 de março de 2011

O fantasma da L.E.R.

As Lesões por Esforço repetitivo, que comumente geram as famosas "Tendinites" são o terror de qualquer instrumentista, principalmente, o Pianista.

Devido a técnica necessária para tocar o piano, muitos pianistas passam por este terror. Isto ocorre por diverços fatores, e ainda não existem estudos finalizados a respeito do problema.

Alguns fatores são:


  • Ma postura frente ao instrumento
  • Tensão nas regiões do pulso e ombros
  • Musculatura em geral sem preparo suficiente para executar aquilo que é exigido
  • Movimentos repetitivos por longos períodos de tempo


Destes pontos, os três primeiros podem ser cuidados com certa facilidade.


Postura e tensão:

A postura frente ao piano é importantíssima. E vale também para o computador.
Você deve estar com as costas retas, pés bem apoiados no chão, os cotovelos devem conseguir formar um ângulo de 90º, mantendo os pulsos suspensos e "retos".

Quanto as mãos, largue o braço ao lado do corpo, e relaxe a mão. Observe que sua mão irá ficar como se vocês segurasse uma "bolinha" (certo, está mais para uma manga [fruta] hehe). Basicamente, assim deve ficar sua mão ao teclado do piano mantendo sempre o pulso relaxado e flexível e as mãos em posição natural, para facilitar o momento de pressionar uma tecla.

Lembre-se, estamos em busca de otimização. Se vocês gasta energia em excesso para fazer algo, temos um problema. Quanto menos energia você desprender, melhor, quando menor a força exercída para realizar a mesma coisa, melhor.


Exercícios e músculos:

Ao tocar piano, você também utiliza músculos. Sendo assim, você precisa fortalecer estes músculos, da mesma forma que você faz em uma academia com os demais músculos do corpo.
Não dá para querer correr uma maratona sem preparo físico, assim como é inconscebível você querer tocar a Sonata nº 32 de Beethoven sem ter o devído preparo.

Existem pessoas que possuem facilidade de memorização e gravação de movimentos, e ai que mora o problema.
Lembro-me que um dos meus ex-professores era um destes. Em menos de um ano estudando piano contam que ele já tocava a Sonata Patética de Beethoven, completa e de forma impecável. Porém, ele contou-me certa vez que isto custou-lhe alguns meses parado por conta de uma tendiníte, pois apesar de ter a facilidade de gravar os movimentos para uma execução rápida e precisa, ainda não possuía a musculatura forte o suficiente para executar tal trabalho.

Então, o segredo é, pés no chão e uma evolução gradual.

Que tipo de exercícios fazer?

Basicamente, aqueles mais chatos.
Infelizmente não existe outra forma, você precisa dispor de pelo menos 20 minutos do seu dia para fazer escalas, e as séries de exercícios do Hanon e Czerny.

Este tipo de exercício é como musculação. Eles irão fortalecer sua musculatura e ensinar, aos poucos, o seu cérebro como deve comandar os músculos e tendões da melhor forma possível.

Faça estes exercícios DEVAGAR. O mais lentamente possível, cuidando todos os ítens anteriores (postura, tensão no pulso/ombro e a flexibilidade do pulso) . Com o tempo, você pode ir acelerando, até atingir a velocidade informada no seu livro. O ideal, para o iniciante é ter um professor que lhe oriente. NÃO FAÇA ISTO SOZINHO, pois você pode vir a criar vícios, que no futuro serão difíceis de serem corrigidos, e podem causar lesões irreparáveis.

Após os exercícios técnicos, faça uma pausa de pelo menos 10 minutos e parta o estudo das músicas.

E lembre-se, você nunca deve sentir dor ou tensão ao executar qualquer obra. Caso isto ocorra, pare tudo e revise sua técnica, alguma coisa está errada. Busque ajuda de um profissional (professor de piano) e um médico, caso as dores apareçam. É melhor previnir o problema, do que depois precisar colocar um gesso no braço e tomar anti-inflamatórios.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Atualização da Grade de estudos

Começou o ano.

Aqui no Brasil, infelizmente, o ano somente começa após o carnaval.

Antes eu já acreditava nisto, e agora tenho mais certeza ainda. O volume de trabalho simplesmente duplicou nas duas últimas semanas, e a faculdade começou andar, o que reduziu bastante meu tempo livre.

Além do real começo da faculdade, e o aumento de volume do trabalho (gerando assim mais reuniões fora de hora), iniciaram também as atividades do coral da igreja, o qual este ano iremos participar eu e minha esposa.

Bom, basicamente, precisarei mudar a forma da grade de estudos, visando otimizar o tempo disponível e adicionando dois tópicos:

Manutenção: Após concluído o estudo de uma obra, é impressindivel toca-la ao menos 3 vezes na semana para não esquece-la.
Revisões: Estarei começando a revisão de músicas que toquei no passado, tendo em vista que o nível técnico atual já possibilita isto.

Acesse a grade de estudos clicando no menu ao lado, ou simples no link abaixo.

Grade de estudos atualizada

    domingo, 20 de março de 2011

    Nova gravação - Mazurka Op7 n1 de Chopin

    Adicionado mais uma gravação a área de Downloads.

    Desta vez, uma obra que não estava na grade de estudos, a Mazurka Op7 n1 de Chopin.

    Quem quiser conferir a gravação, entre na seção de "Downloads - Gravações", no menu principal (na esquerda) e clique na música para seguir para o Download.

    quinta-feira, 17 de março de 2011

    A Sonata

    As sonatas do período barroco diferem-se quanto a sua forma das Sonatas do período clássico.

    O nome sonata deriva de "canção que deve soar",  tendo surgido por volta dos séculos 15-16, onde a forma de música mais comum era a cantata, que, como o nome sugere, era cantada.

    Com a evolução dos instrumentos musicais, teve início uma crescente "substituição" das vozes por instrumentos, fazendo assim com que começassem a surgir os primeiros grupos de cordas. Em meados do século 16 era comum a utilização de um instrumento mais grave, o baixo para dar base a harmonia, enquanto os demais instrumentos preenchiam-na, dando maior coerência a sonata. Neste ponto as obras já  demonstravam uma forma bem definida.

    Neste momento, o violino atinge o posto de instrumento solista, e as obras passam a tornarem-se mais complexas, porém, sem uma forma realmente definida. Qualquer obra tocada por instrumentos (e unicamente por eles), era chamada de canzoni da sonar, que posteriormente veio a ser conhecida por sonata.

    A Sonata Clássica

    Com o tempo, mais instrumentos começaram a ser criados e melhorados, surgindo toda uma gama de novos instrumentos como o Cravo, por exemplo. Neste ponto a forma sonata já estaria desenvolvida, junto a outras formas como o rondó e o minuetto por exemplo, já muito utilizados.

    Os compositores do final do período barroco e todos os que vieram posteriormente, passaram a adotar estas formas para composição de suas sonatas e inclusive como esqueleto/base de muitas sinfonias. Desta forma, uma sonata clássica pode ser formada da seguinte forma:

    • Primeiro Movimento: Allegro - Seguindo a Forma Sonata
    • Segundo Movimento: Adágio - Tema livre com variações
    • Terceiro Movimento: Allegro ma non tropo - Seguindo a forma de um Rondó

    Sendo que, o compositor está livre para criar, podendo utilizar um Minuetto no lugar do Rondó, ou mesmo criar uma Sonata com apenas dois movimentos, como é o caso da Sonata Op 49 nº 2 de Beethoven, que é composta por um primeiro movimento na forma sonata, e um segundo movimento como um minuetto.

    A Forma Sonata


    A forma sonata é composta da seguinte forma:

    • Exposição temática
    • Desenvolvimento
    • Re-exposição temática
    • Coda (quando existe)
    Ainda podemos "destrinchar" mais isto, chegando ao seguinte:

    • Exposição temática
    • - Tema A e Tema B
    • Desenvolvimento
    • - Desenvolvimento (onde o compositor mostra seu virtuosismo e erudição), falsa re-exposição temática e cadência
    • Re-exposição temática (Tema A e Tema B, porém, o Tema B torna-se "submisso" ao Tema A)
    • Coda (quando existe)

    Os temas normalmente conversam entre si, formando um diálogo único, que somente será resolvido ao final do movimento. Este "diálogo" é o coração da sonata, e é ele quem norteia o andamento da mesma.

    Para simplificar, podemos fazer a seguinte comparação:

    Pessoa A expõe sua idéia, Pessoa B, expõe sua idéia, Pessoa A e Pessoa B desenvolvem seus pontos de vista, algumas vezes, re-expondo suas idéias de forma diferente afim de tentar convencer a outra, por fim terminando o desenvolvimento das idéias, a Pessoa A expõe novamente seus motivos, e a Pessoa B, já "submissa" a Pessoa A, expõe os seus com uma certa inclinação as idéias da Pessoa A, finalizando a conversa.

    Segundo movimento


    O segundo movimento, o autor pode optar por um andamento adagio, utilizando um estilo livre de "tema com variações"

    Neste caso, o compositor expõe um tema, e irá variando-o no decorrer do movimento, sempre expondo-o de forma diferente.
     Podemos perceber facilmente este tipo de composições na obra WoO 78 ("God save the king"), um das obras dos tempos de estudo de L. V. Beethoven.

    Terceiro Movimento


    Pode-se utilizar um rondó para o terceiro movimento, que segue a forma abaixo:
    • Tema A
    • Tema B
    • Tema A
    • Tema C
    • Tema A
    Sendo que entre cada exposição temática, existe um pequeno desenvolvimento que visa ligar os temas, uns aos outros.

    Sonatas com quatro movimentos:

    No caso das sonatas com Quatro movimentos, pode-se adotar a seguinte estrutura:

    • Primeiro Movimento: Forma Sonata
    • Segundo Movimento: Tema com variações
    • Terceiro Movimento: Minuetto e Trio
    • Quarto Movimento: Rondó

    terça-feira, 15 de março de 2011

    Ambiguidade

    Ambiguidade, no dicionário, está relacionado a algo que possui vários sentidos.

    Basicamente, em 2002 vivi uma certa ambiguidade.

    Neste período houve a troca de professor. O Prof. Márcio, devido aos estudos, não conseguia mais horário para dar aulas ao sábado, desta forma conseguiram um rapaz que fazia faculdade de Música na UFRGS para dar continuidade ao trabalho.

    Acreditei que seria interessante, ledo engano.

    Adquiri meu piano, adorava a música erudita, queria crescer, porém o professor era turista na sala de aula.
    Este ano foi marcado por pouca evolução, apesar de agora possuir o instrumento em casa, tinha aulas uma vez a cada quinze dias, isso quando tinha, desta forma comecei a me desmotivar pelo instrumento, e desenvolvi uma certa preguiça pelo estudo, bem como alguns vícios, que precisaram ser corrigidos mais para frente.

    Curso Técnico


    Neste ponto, começa outra etapa.
    Apesar de passar sempre "raspando" no ensino médio, tinha uma memória impressionante, era o único da classe que após ler duas ou três vezes um texto, conseguia criar um resumo com detalhes intrínsecos do mesmo. Isto veio a ajudar-me, posteriormente, a quase gabaritar as provas de Geografia e História no vestibular da UERGS e Feevale, sem ter tocado nos livros para estudar.

    Com esta memória, e uma certa agilidade para exatas, naquele ano (2002) havia começado um curso técnico em informática, demonstrando muita facilidade para programação, lógica, e eletrônica, acabei encarando o curso técnico com maior determinação do que o piano.

     Com certeza o andamento ruim das aulas, e as sucessivas faltas do professor colaboraram para isto, mas sempre existe uma ponta de culpa por parte do aluno. Na época, a tela do computador estava me atraindo mais do que o teclado do piano.

    segunda-feira, 14 de março de 2011

    Atualização da grade de estudo

    A última semana rendeu bem, foi possível efetuar, inclusive, a gravação da primeira obra, inaugurando assim a seção de Downloads do Blog.

    Basicamente, a Op 69 n1 de Chopin está concluída, e será substituída pela Op 69 n2. A sonata Op 49n1 está com seu primeiro movimento quase a ponto de gravação, e assim que for concluído devo iniciar o estudo do segundo movimento. A Invenção n1 também está em vias de termino, faltando corrigir pequenos problemas de "fluência" em três trechos específicos da obra, e posteriormente concluir os "ajustes" na interpretação, dando-lhe um caráter diferenciado. O Estudo nº 1 de Cramer foi concluído, e passo agora para o nº 7, dando continuidade ao mesmo "estilo" de estudos.

    Segue como ficou a nova grade:

    Técnica:

    Escalas: Dó, Sol, Ré, Lá e Mi (Maiores)
    Estudo Técnico: Hanon n 1 ao 5 (assim que chegar o livro que adquiri, prosseguirei para os próximos)
    Estudo: Cramer nº 7 (Von Bülow)

    Músicas:

    Invenção nº 1 de Bach (Concluir e gravar, deve levar mais uma ou duas semanas)
    Invenção nº 4 de Bach (Iniciado a leitura)
    Jesus bleibet meine Freude (Jesus Alegria dos Homens) de Bach
    Sonata Op 49 n1 de Beethoven
    Valsa Op 69 n2 de Chopin

    Para uso na igreja:
    Ordem Litúrgica Luterana para Orgão (adaptando os baixos, que são para pedaleira)


    Em repertório (finalizado):
    Valsa Op 69 n1 de Chopin (consta em Downloads - Gravações)

    domingo, 13 de março de 2011

    Gravações

    É com muito prazer, que inauguro a área de Downloads - Gravações do Blog.

    Nesta espaço, irei disponibilizar gravações de obras variadas, basicamente conforme meu estudo for evoluindo, pretendo ir gravando as obras e anexa-las para Download sob a licença Creative Commons.

    Espero que gostem de minhas interpretações.


    OBS: Cliquem no Link presente no menu da esquerda (superior).

    sexta-feira, 11 de março de 2011

    O inicio de um sonho

    Aos meus 15 anos, iniciei os estudos de piano, sem muitas pretensões pois já estava em uma idade considerada "avançada" para conseguir qualquer notoriedade.

    Nesta época, fazia doutrina (para os católicos, a catequese) na comunidade Evangélica Luterana São Paulo, em Novo Hamburgo, onde interessei-me pela música de uma forma diferente, basicamente não queria mais apenas ouvi-la, queria tocar. O Pastor Rodolfo, que dava a instrução na época, incentivou a iniciar aulas de teclado.

    Desta forma, minha mãe levou-me ao Instituto dos Meninos Cantores de Novo Hamburgo, conhecido como Canarinhos, onde davam-se aulas de música para jovens e crianças, afim de tentar uma vaga.

    Conseguimos a vaga, para o sábado de manhã, e logo comecei minhas aulas de Teoria Musical e Teclado, com o professor Márcio Buzatto. Este, por sua vez, após 2 meses incentivou-me a passar para o piano, como eu já estava inclinado a fazer isto, acabei aceitando a idéia e comecei a estudar este instrumento.

    Em menos de um ano, tocava 2 invenções de Bach, e havia concluído o prelúdio número 1 do mesmo, Pour Elise de Beethoven e mais algumas peças simples e exercícios técnicos, como o Hanon e Czerny.

    As coisas iam bem, porém, eu ainda não tinha um piano para estudar. Ter um piano em casa ajudaria muito no desenvolvimento do instrumento. Na época eu conseguia ir ao instituto 2 vezes durante a semana para estudar, e conseguia espaço de 1 hora na sala do piano.

    A compra do piano era imprescindível para dar continuidade no estudo. Porém, o mesmo seria adquirido apenas no outro ano, por volta de 2002.

    quinta-feira, 10 de março de 2011

    Leitura de notas - A Batalha: Parte 1

    Sempre tive dificuldades com a leitura de notas.

    Não a identificação das mesmas, mas sim o misto de "identificação + tempo". Em outras palavras, eu era simplesmente péssimo com solfejo, mesmo o rezado.

    Para aqueles que não sabem, o solfejo rezado é aquele onde simplesmente falamos o nome da nota, cuidando o seu tempo, sem importar-se com o intervalo da mesma (não precisa cantar "afinado").

    Como consegui ir "tão longe" com uma leitura que beira ao ridículo?

    Bom, o Prof. Mestre Raul Blum, acredita que foi meu ouvido e minha memória que me "salvaram".
    Mas isto tudo tem um preço. Chega um ponto onde a evolução no estudo acaba limitando-se a sua percepção da música, e conforme você avança e as músicas tornam-se mais complexas, os erros também tornam-se mais freqüentes.

    Então chega um impasse. Você PRECISA enfrentar a dificuldade e corrigir esta falha.

    Uma dica que eu dou aos iniciantes. Estudem, estudem MUITA teoria musical, e treinem a leitura, pois ela é importante. Música sem uma boa leitura de notas, fica no "amadorismo". Para tocar violão ou mesmo algumas músicas populares no Piano, até vai, agora para música Erudita é suicídio.

    E como resolver o problema?

    Bom, primeiro encarando o desafio, com muita paciência. Se você chegou no ponto em que eu cheguei (a 4 anos atrás hehehe), então possui uma grande disparidade entre o nível técnico e a sua leitura. Torna-se complicado, suas mãos querem correr pelo teclado, mas seu cérebro não acompanha.

    Pise no freio, e faça exercícios.

    De volta a velha prancheta, digo, aos solfejos. Pegue músicas simples, se você não paciência pra solfejar exercícios, faça como eu, escolha algumas músicas mais simples e treine sua leitura com elas longe do piano. Existe diferença sim, quando você lê a nota e diz o nome, seu cérebro faz um trabalho diferente do que quando você vê a nota e aperta uma tecla.

    Algo comum, inclusive entre os grandes pianistas, é estudar a partitura antes de ir para o piano executá-la. Isto poupa trabalho. Pegue suas músicas, e antes de sentar-se ao piano, solfeje-as. Tanto a "mão direta" quanto a "esquerda", isto facilitará o aprendizado da música e a memorização da mesma, bem como ajudará no desenvolvimento da leitura.

    Obras interessantes para este tipo de exercício mental, são as Invenções de Bach (a duas vozes), que hoje estão em minha grade de estudo.


    No mais, divirtam-se, e bons estudos =]

    terça-feira, 8 de março de 2011

    João Carlos Martins

    Sábado, dia 26/02/2011

    Este dia fica guardado em minha memória, como o dia em que vi um ícone do Piano Brasileiro, regendo sua Orquestra Bachiana.

    João Carlos Martins, foi um dos maiores pianistas do mundo, tendo gravado a obra completa de J. S. Bach para "teclado", e sendo considerado um dos maiores interpretes do mesmo.

    Dizem, que ele executava todo o Cravo Bem Temperado decor, todas as manhãs, e francamente, eu acredito hehehe.

    Este incrível músico passou pelo "terror" dos pianistas. Em um acidente durante um jogo de futebol teve seu braço direito perfurado por uma pedra, danificando músculos e nervos, o que fez com que fosse necessário submeter-se a uma série de intervenções cirúrgicas, e praticamente um ano de fisioterapia.

    Após a recuperação, voltou com "força total", porém alguns anos depois, todo o esforço e estudo cobrou seu preço, novamente teve problemas com a mão, tendo de afastar-se do piano.

    Após 7 anos afastado, voltou a estudar/tocar, e re-estreou no Carnegie Hall, com todos os 2500 lugares vendidos, e mais 300 lugares no palco. Mas infelizmente, vários anós após a re-estreia, começou a ter problemas novamente devido a LER.

    Neste ponto, parou novamente. Porém logo após um pequeno tempo, recuperou-se o suficiente para concluir a gravação das obras de Bach. As gravações seriam na Bulgária. Conseguindo tocar por apenas meia hora, o pianista fez as gravações aos poucos. Faltando apenas 2 CD's para concluir a gravação, ele recebeu uma pancada na cabeça durante um assalto, que deixara graves seqüelas, entre elas, a perda dos movimentos da mão direita.

    Após muita fisioterapia, João Carlos Martins conseguiu voltar a sua forma de outrora, percorrendo as 88 teclas do piano em 9 segundos (ida e volta) com ambas as mãos. Conseguiu concluir a gravação de TODA a obra de Bach para "teclado", porém, começou a ter espasmos na mão direita no momento que falava.

    Os espasmos foram piorando, e após muitos exames, chegaram a conclusão que seu cérebro alocara parte da região da fala para movimentar a mão direita, e por isto ocorriam os espasmos. A solução para acabar com a dor, seria uma cirurgia que cortaria o nervo Ulnar. Neste caso, ele nunca mais poderia tocar piano.

    Ainda, ele viria a descobrir que, se dobrase o dedo número 3, junto a palma da mão, conseguiria efetuar movimentos com a mão direita, mesmo sem o nervo Ulnar. Neste ponto, ele ainda gravou obras de Haydn e Mozart. Mas o estado dos musculos não era bom, e logo não conseguia mais mexer a mão.

    Após algum tempo, re-estudou todas as obras e transcreveu-as para a mão esquerda, sendo assim um dos poucos pianistas a tocar a obra de Bach com apenas uma das mãos, seguiu firme apenas com a mão esquerda, até que a LER atacou-a assim como fez com a mão direita.

    Não deixando-se vencer/abater estudou regência, e colocou todo seu conhecimento e genialidade frente a uma orquestra, tornando-se um magnífico maestro.

    Para mim, João Carlos Martins é um grande exemplo do que a força de vontade pode fazer na vida de uma pessoa.

    A palavra chave é: Não desista nunca.


    Abaixo, uma gravação da 5ª Sinfonia de Beethoven, em alta definição e com ótima qualidade de som. (Coloque bons fones :)



    OBS: Teclado, pois boa parte da obra de Bach foi composta originalmente para Cravo, a mesma acaba sendo executada em Orgão e Piano, além do Cravo, sendo assim, referimo-nos de forma mais genérica.



    Fonte de pesquisa:
    A Saga das Mãos - Biografia de João Carlos Martins, vale a pena ler este livro
    Wikipedia - João Carlos Martins
    Informações passadas por ex-professores do instituto de música

    segunda-feira, 7 de março de 2011

    De volta ao piano

    Bom, fazem 4 anos que não chego perto do piano para estudos.

    Os últimos anos foram intensos, um tanto complicados eu diria. Muitas coisas ocorreram em minha vida, como por exemplo, a saída do Instituto dos Meninos Cantores de Novo Hamburgo (conhecido como Canarinhos, por aqui), onde fazia aulas de piano, e as vezes acompanhava o Coro.

    No instituto, foi onde conheci os dois melhores professores que tive em minha vida, Márcio Buzatto, hoje um grande maestro, e Jessé Martins, que iniciou uma brilhante carreira internacional após concluir sua graduação na UFRGS.

    Tive o grande prazer de ser aluno de ambos, antes de terem ingressado na faculdade. Com o Jessé ainda tive aulas por mais ou menos um ano após seu ingresso, tendo abandonado as aulas devido ao trágico fim do Instituto dos Meninos Cantores (o instituto não terminou, mas já não é mais como outrora, mas isto, é conversa para outro post).

    Basicamente, estes dois professores que foram responsáveis, não pelo meu abandono, mas sim pelo meu retorno e por tudo o que guardei referente ao piano nos últimos anos (para não dizer década).

    Este ano, no meio dele, fecha exatamente uma década que havia iniciado meus estudos de piano, e deve fechar uns 4 anos ou mais que não encosto no instrumento para estudos.

    Mas, espero que este período tenha passado.

    Hoje com maior maturidade física, psicológica e mental, espero retornar ao piano. Não para ser concertista, pois já é meio tarde para isto e estou noutro caminho (Engenharia), mas sim, para realização pessoal.

    Meu tempo médio de estudo diário deve ser de 50 minutos, sendo que nos momentos vagos pretendo ler e estudar as partituras (longe do piano, devido ao trabalho), o que deve auxiliar muito na retomada da leitura de notas e memorização, otimizando assim o pouco tempo que disponho para ficar frente ao piano.

    Iniciei meu estudo separando-o em três partes:

    (1) Técnica:

    Escalas - Dó, Sól e Ré (maior, inicialmente)
    Hanon - 1 ao 5

    (2) Estudos:
    Cramer (Von Bülow) - Nº 1
    - 50% concluído, notas lidas e decoradas.
    Cramer (Von Bülow) - Nº 7
    - Iniciado a leitura das notas.

    (3) Músicas:

    Chopin: Valsa Op 69 n1
    Beethoven: Sonata Op 49 n2
    Bach: Invenção n1

    (3.1) Para uso na igreja:
    Ordem Litúrgica Luterana para Orgão (adaptando os baixos, que são para pedaleira)


    Conforme for avançando nos estudos, vou postando.